DA REDAÇÃO

O julgamento do ex-ditador Saddam Hussein começará em outubro, logo após o referendo sobre a nova Constituição do Iraque, no dia 15, disse um dos envolvidos no processo à agência Associated Press. O governo não confirmou a data.
"O julgamento começará logo após o referendo, entre os dias 16 e 20", disse a fonte sob condição de anonimato.
Audiências preliminares já estão sendo conduzidas. Até agora, Saddam, que está preso em uma base militar dos EUA perto de Bagdá, é acusado do massacre de 150 muçulmanos xiitas num povoado ao norte de Bagdá, em 1982. Outras acusações ainda serão abertas.
A defesa do ex-ditador e algumas instituições internacionais exortaram as autoridades iraquianas a permitir que ele seja julgado em um tribunal internacional. Para os críticos, um julgamento no Iraque não tem como ser imparcial. O governo atual é dominado pelos xiitas, maioria duramente reprimida por Saddam (1979-2003).

Execuções
Se condenado, o ex-ditador pode ser sentenciado à morte.
A pena máxima foi reinstituída pelo novo governo iraquiano após este ter recebido a soberania de volta dos EUA, em junho de 2004. Embora o presidente Jalal Talabani (curdo) não a endosse, ele já deixou claro que não colocará obstáculos à sua execução, permitindo que seus vices assinem as ordens.
Ontem, Laith Kubba, o porta-voz do governo, anunciou as primeiras três execuções do país desde a queda de Saddam.
Três homens condenados pelo assassinato de três policiais, por seqüestro e por estupro foram enforcados às 10 da manhã em Bagdá. Eles foram condenados à morte após serem julgados em maio.
"Foi uma decisão difícil, pois vivemos em uma democracia", disse Kubba. "Essa pena visa coibir os criminosos de irem longe demais em seus crimes."
Segundo autoridades iraquianas, outras sete pessoas -inclusive uma mulher- já foram condenadas à morte no país, mas aguardam o resultado de apelações.