RICARDO BONALUME NETO
enviado especial a Darwin

A força multinacional enviada para terminar com a violência em Timor Leste continua lentamente ampliando sua ação pelo território da ex-colônia portuguesa.
Ontem, as tropas de paz da ONU fizeram sua primeira grande incursão na região oeste do território, bastião dos paramilitares antiindependência.
A área é a que apresenta maiores dificuldades para a operação de paz, já que os paramilitares podem atacar e, em seguida, buscar refúgio em Timor Oeste, território indonésio. Em resposta à ação, forças antiindependência ameaçaram invadir cidades na área ocupada ontem pela ONU.
A força de paz contava com 4.300 homens e mulheres na ilha até ontem. Além disso, há ainda um efetivo de 1.800 militares a bordo de navios em torno de Díli, capital de Timor Leste. O destacamento brasileiro de 51 homens termina neste final de semana seu período de aclimatação na Austrália antes de embarcar.
Ontem, o líder timorense Xanana Gusmão afirmou, durante visita a Lisboa, pretender voltar ao território neste mês.
Os paramilitares são acusados de iniciar uma onda de violência após a divulgação do resultado do plebiscito de 30 de agosto, em que 78,5% da população votou pela independência em relação à Indonésia, que anexou Timor em 76.
Os novos membros do Parlamento indonésio, eleitos em junho, se reuniram ontem. O presidente Habibie, que discursou afirmando defender as reformas democráticas, foi vaiado. O Parlamento pode escolher o próximo presidente ainda neste mês.


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