|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ACIDENTE
Reação nuclear pára naturalmente e proibição de circulação na área do acidente é suspensa
Contaminados chegam a 55 no Japão
das agências internacionais
O acidente nuclear de anteontem no Japão deixou 55 pessoas
contaminadas por radiação, sendo 3 em estado grave. Segundo o
governo japonês, o vazamento radioativo está sob controle.
Dos 55 contaminados, 45 são
funcionários da usina de reprocessamento de urânio, 3 são bombeiros e 7 são empregados do
campo de golfe perto da usina em
Tokaimura, a 140 km de Tóquio.
O governo suspendeu a recomendação para que as pessoas
que vivem em um raio de 10 km
da usina não saíssem de casa. As
que moram num raio de 350 m,
cerca de 80 pessoas, estão abrigadas em outro local e só devem poder voltar hoje a suas casas.
O prefeito de Ibaraki, onde se
localiza Tokaimura, Masaru Hashimoto, disse ter recebido a confirmação de que a reação nuclear
havia parado às 18h15 (em Brasília) de anteontem.
Uma vez iniciada, ela só seria interrompida com o fim do material radioativo.
O porta-voz da Agência Internacional da Energia Atômica
(AIEA), David Kyd, disse que o
acidente em Tokaimura é o mais
grave ocorrido desde a explosão
de um reator em Tchernobil
(Ucrânia), em 1986.
O acidente, o mais grave da história do Japão, teria sido causado
por excesso de urânio no reprocessamento. Em vez de 2,3 kg,
quantidade máxima recomendada, os três técnicos que presenciaram o acidente usaram 16 kg.
Reprocessamento de urânio
serve para recuperar a parte do
combustível nuclear usado na geração de eletricidade em usinas
que não foi aproveitada.
"Sei que esse tipo de acidente
era comum nos anos 50", disse o
chefe do gabinete do governo, Hiromu Nonaka. "Para uma nação
moderna, é uma vergonha que isso tenha acontecido."
Ao mesmo tempo em que avisa
que há risco de que a água dos poços da região possa estar contaminada pela radiação, autoridades
japonesas dizem que é seguro
consumir a água da rede pública
de abastecimento. Elas pediram
aos moradores que lavem as roupas e os objetos que entraram em
contato com a chuva que caiu sobre a região depois do acidente.
Vegetais cultivados na área não
devem ser consumidos.
Makoto Morita, diretor da JCO,
empresa que controla a usina, admitiu que o acidente se deveu a falha humana. "Somos responsáveis pelo acidente, já que nossos
empregados violaram as regras."
O presidente dos EUA, Bill Clinton, ordenou uma revisão de segurança em todas as instalações
nucleares do país ontem
"Eu acredito que nós possamos
aprender com o que aconteceu lá,
analisar nosso sistema aqui e garantir que nós fizemos tudo o que
podíamos para nos proteger."
Texto Anterior: Missão de paz: Força da ONU ocupa bastião de paramilitares em Timor Leste Próximo Texto: Técnicos receberam dose fatal de radiação Índice
|