São Paulo, segunda-feira, 02 de outubro de 2000

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China ataca canonização de 120 pelo papa

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O papa João Paulo 2º, em uma das medidas mais politicamente delicadas de seu papado, canonizou ontem 120 "mártires chineses", sob acusações de Pequim de que a ação foi uma defesa do imperialismo.
O papa disse que a decisão não deve ser vista como defesa do colonialismo, mas um desejo de honrar todos os chineses.
Pequim chamou os novos santos de "pecadores diabólicos" e disse que a canonização prejudica muito a normalização das relações do país com a Santa Sé.
Os novos santos, 87 chineses e 33 missionários, foram mortos entre 1648 e 1930. Para o Vaticano, eles morreram por causa de sua lealdade à fé cristã. Já a China acha que eles foram mortos por serem traidores.
Um funcionário do governo chinês acusou o Vaticano de descumprir acordo de não interferir em assuntos internos da China. O fato de a celebração no Vaticano ter acontecido no dia 1º de outubro, Dia Nacional da China, também irritou os líderes comunistas.
A China tolera o catolicismo, mas apenas dentro de uma igreja oficial com bispos apontados pelo governo. Os católicos fiéis ao Vaticano atuam na clandestinidade e são perseguidos.
Depois da canonização, a China disse que a normalização das relações só será possível se o Vaticano cortar relações diplomáticas com Taiwan, considerada por Pequim como uma Província rebelde.


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