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REAÇÃO
Comitê muda propostas que Bush quer aprovar logo para combater o terrorismo
Câmara atenua projeto antiterror
DA REUTERS
Republicanos e democratas no
Comitê Judiciário da Câmara dos
Deputados dos Estados Unidos
chegaram a um acordo provisório
ontem sobre uma versão mais
moderada do pacote antiterrorismo proposto pelo presidente
George W. Bush. O presidente do
comitê, James Sensenbrenner, republicano do Wisconsin, e John
Conyers, democrata de Michigan,
concordaram em expandir alguns
poderes das agências de segurança -como autorizar o grampo de
telefones, o rastreamento de comunicações pela internet e o indiciamento de qualquer pessoa que
abrigue um terrorista.
Sensenbrenner e Conyers também decidiram tentar eliminar
seis dos pontos mais controversos
da proposta de Bush, que sofreu
críticas de grupos defensores das
liberdades civis.
Eles incluem a permissão da detenção por tempo indeterminado
de estrangeiros suspeitos de atividades terroristas, da execução de
mandados de busca sem notificação dos suspeitos e prevêem que
escolas entreguem informações
confidenciais de alunos à polícia.
Fontes no Congresso disseram
que o projeto de lei seria introduzido formalmente hoje e considerado pelo comitê amanhã. A Câmara tem 221 republicanos e 212
democratas.
Os deputados que propõem o
projeto esperam que a medida
sirva como um modelo para democratas e republicanos no Senado, que tentam há semanas redigir sua versão do projeto de lei
com o secretário da Justiça, John
Ashcroft.
No último domingo, Ashcroft
advertiu para a possibilidade de
mais ataques e pediu ao Congresso que aprovasse leis antiterroristas até o fim desta semana e as enviasse a Bush, para que o presidente as sancionasse.
Mas membros do Congresso
disseram que não esperavam conseguir agir tão rápido.
O presidente do Comitê Judiciário do Senado, Patrick Leahy, democrata de Vermont, ainda nem
marcou a data para uma audiência sobre a versão do Senado, que
tem 50 democratas e 49 republicanos.
Um funcionário do Departamento de Justiça disse ontem que
Ashcroft discutira a questão com
Leahy no domingo e estava "ansioso para avançar".
Uma fonte do Partido Democrata disse ontem que Leahy e
Ashcroft esperavam terminar a
versão do Senado até o fim desta
semana, junto com a Casa Branca
e o senador Orrin Hatch, republicano de Utah que faz parte do Comitê Judiciário do Senado.
"Haverá semelhanças e diferenças entre as versões da Câmara e
do Senado", disse a fonte, que não
quis dar mais detalhes.
Laura Murphy, chefe do escritório nacional da American Civil Liberties Union, em Washington,
aplaudiu algumas das mudanças
propostas na versão da Câmara
dos Deputados. Mas ela disse que
outras seriam necessárias.
Murphy também admitiu que,
apesar das revisões, ainda pode
haver casos de detenção por tempo indeterminado. Ela explicou
que, se os EUA decidissem deportar um estrangeiro, mas o país natal da pessoa se recusasse a aceitá-lo, o indivíduo poderia acabar em
uma prisão norte-americana por
um período indeterminado, o que
seria inaceitável.
"Espero que esse projeto de lei
seja apenas um novo ponto de
partida e que haja um processo
agressivo de emenda no Comitê
Judiciário da Câmara", disse.
Ashcroft apresentou a versão do
projeto de lei elaborada pelo governo em 17 de setembro e pediu
ao Congresso que definisse sua
posição em cinco dias. Mas várias
questões atrasaram a decisão.
O plano de Sensenbrenner era
que seu comitê considerasse o
projeto na última terça-feira, mas
adiou a audiência para esta semana depois que o texto provocou
reclamações por parte de republicanos e democratas.
Apesar do consenso de que algumas leis devem ser endurecidas
-como a remoção de algumas limitações em processos por crimes de terrorismo- muitos legisladores temem que outras propostas do governo violem as liberdades civis.
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