São Paulo, domingo, 02 de outubro de 2005

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IRAQUE SOB TUTELA

EUA lançam nova ação na fronteira síria

Ataques deixam 14 mortos; baixas dos EUA se aproximam de 2.000

DA REDAÇÃO

Pelo menos 11 iraquianos -entre eles um menino e um imã sunita- e três soldados estrangeiros morreram ontem em decorrência de ataques a bomba e a tiros no Iraque. No mesmo dia, os EUA lançaram mais uma operação militar contra insurgentes e terroristas no oeste do país, perto da fronteira com a Síria, envolvendo helicópteros e mais de mil soldados.
Segundo militares, o menino morreu em Baquba (norte), vítima de tiros de policiais que tomaram o veículo onde ele estava por um carro-bomba. Já o imã Salah Hassan Ayach foi assassinado em Bagdá quando estava em seu carro. Em Kirkuk (norte), quatro policiais iraquianos morreram e quatro foram feridos quando uma bomba explodiu na estrada por onde passavam.
A coalizão liderada pelos EUA também sofreu baixas: um soldado dinamarquês morreu e dois foram feridos em Basra (sul), também vítimas de uma bomba, e dois militares americanos foram mortos em ataques semelhantes em Beiji (norte) e em Bagdá. Somente na última semana, 15 soldados dos EUA foram mortos, e as baixas se aproximam de 2000 .
A operação militar, batizada de Punho de Ferro, é a quarta maior ofensiva dos EUA na fronteira síria desde maio. Os militares americanos disseram que a ação vai tentar combater infiltrações e destruir o refúgio de insurgentes.
Segundo o Exército norte-americano, a Al Qaeda tomou o controle da cidade de Sadah e militantes estrangeiros estariam usando a região fronteiriça para entrar no país e se unir às forças insurgentes.
Em Bagdá, insurgentes seqüestraram o irmão do ministro do Interior, Bayan Jabr Solagh, xiita que controla as forças policiais, e o filho de um funcionário do alto-escalão militar.
A violência cresce no país num momento em que os iraquianos se preparam para votar num plebiscito sobre a nova Constituição, marcado para 15 de outubro.
O presidente dos EUA, George W. Bush declarou que prevê a piora da violência antes da eleição. "Os terroristas têm o hábito de intensificar a escalada de violência nos períodos que antecedem os principais momentos políticos do Iraque."
A secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, defendeu a presença dos EUA no Iraque, dizendo que retirar as tropas agora seria abandonar o país a "assassinos bárbaros". "Se nós abandonarmos as futuras gerações no Oriente Médio ao desespero e ao terror, as estaremos condenando à insegurança e ao medo", afirmou, em um discurso na Universidade Priceton, em Nova Jersey.


Com agências internacionais

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