São Paulo, sexta-feira, 02 de novembro de 2001

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INVESTIGAÇÃO

Governo suspeita que detidos soubessem previamente dos ataques de 11 de setembro aos EUA

FBI prendeu três membros da Al Qaeda

DO "THE INDEPENDENT"

O FBI (polícia federal dos EUA) prendeu três membros da rede Al Qaeda que podem ter tido conhecimento prévio dos atentados suicidas de 11 de setembro.
Os homens -todos árabes- foram detidos em Michigan com mapas de aeroportos e um visto, uma carteira de identidade e um formulário de imigração falsos.
O secretário de Justiça dos EUA, John Ashcroft, disse ao jornal "The New York Times" que eles eram "suspeitos de ter conhecimento" sobre os ataques de 11 de setembro. "É difícil para alguém que esteja na cadeia ou detido assassinar pessoas inocentes ou ser cúmplice de terrorismo", disse ele, justificando as prisões.
"Como uma nação de imigrantes, os EUA acolhem amigos de outros países que queiram visitar, estudar, trabalhar. Mas, como mostra o dia 11 de setembro, estrangeiros também vêm a nosso país com a intenção de fazer um grande mal. A detenção agressiva de violadores da lei e testemunhas materiais é vital para evitar, impedir ou adiar novos ataques."
Ashcroft não forneceu os nomes dos três homens, mas eles já haviam sido identificados por funcionários do Executivo como Karma Koubriti, 23, Ahmen Hannan, 33, e Youssef Hmimssa.
Eles foram presos em 17 de setembro, quando agentes do FBI invadiram um apartamento em Detroit (Michigan), em busca de Nabil al Marabh, suposto membro da Al Qaeda. O nome de Marabh figurava no interfone do prédio, mas ele não estava em casa.
O FBI acabou encontrando Koubriti, Hannan e um homem chamado Farouk Ali-Hamoud no apartamento. Segundo Robert Pertuso, o agente do FBI em Detroit que coordena a investigação, os homens lhe disseram que moravam no apartamento havia apenas duas semanas e que Marabh poderia ter morado no local.
Dentro do prédio, agentes encontraram crachás de identificação do Aeroporto Metropolitano de Detroit em nome de Hannan e Koubriti, que já haviam trabalhado no local como lavadores de pratos, e uma agenda com anotações em árabe.
Pertuso disse que algumas das anotações se referiam a uma base norte-americana na Turquia. Também havia anotações sobre "o ministro das Relações Exteriores americano" e o Aeroporto Internacional de Alia, em Amã.
Segundo o "The New York Times", agentes afirmaram que Koubriti lhes dissera que os documentos, que também incluíam fotos de passaporte e documentos de identidade falsos, pertenciam a outro homem, Hmimssa, que havia morado no apartamento. Hmimssa foi preso mais tarde em Iowa. Os três homens foram indiciados sob acusações de fraude e mau uso de documentos.
Marabh, que foi preso em 19 de setembro em Chicago, está detido como testemunha material em Nova York e tinha carteira de motorista comercial e licença para transportar materiais perigosos.
Apesar de funcionários do Executivo já terem dito que os homens tinham conexão com os ataques, essa é a primeira vez que um membro do governo admite as suspeitas publicamente.


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