São Paulo, sexta-feira, 02 de novembro de 2001

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Mais uma embaixada dos EUA recebe carta com traços de antraz

DA REDAÇÃO

Traços da bactéria antraz foram encontradas em correspondência enviada à Embaixada dos EUA em Vilna, capital da Lituânia.
É a segunda missão diplomática americana a receber a bactéria em correspondência enviada pelo Departamento de Estado dos EUA, em Washington, onde foi encontrado antraz em salas de correio. A primeira foi a embaixada no Peru, no dia 29.
"Depois do teste, podemos dizer com 95% ou talvez 98% de certeza que encontramos antraz em ao menos um dos cinco malotes de correspondência", afirmou Kazimiera Rutiene, chefe do laboratório de microbiologia do centro de saúde pública de Vilna.
A embaixada confirmou a informação e disse já ter tomado medidas de precaução.
A Embaixada dos EUA em Montevidéu (Uruguai) foi fechada ontem ao receber um envelope com suspeita de conter antraz.
A bactéria também foi detectada em uma agência de distribuição do correio em Kansas City, anteontem. O local foi fechado, e os 200 funcionários foram aconselhados a tomar antibióticos.
A confirmação oficial da presença de antraz só virá depois de completados os exames sendo feitos pelo Centro de Controle de Doenças dos EUA.
Autoridades disseram que os esporos (forma da bactéria que resiste mais tempo ao ambiente) foram encontrados em 14 bandejas com mais de 7.000 correspondências.
As cartas vieram do centro de processamento de correspondência de Brentwood, em Washington, onde também foi detectado antraz e onde dois trabalhadores postais morreram da doença.
Quatro salas de correio nos prédios da FDA (agência que regulamenta alimentos e medicamentos nos EUA) testaram positivo em exames preliminares para antraz.
Ontem, um dia depois da primeira morte em Nova York por antraz respiratório, investigadores continuaram a buscar pistas sobre a forma de contaminação da vítima.
As outras três mortes pela forma respiratória da doença nos EUA foram ligadas a cartas contendo antraz. Apenas Kathy Nguyen, 61, vietnamita radicada em Nova York, até o momento não tinha ligação com nenhuma fonte conhecida da bactéria.
Enquanto isso, espera-se que uma comissão especial dos EUA sobre terrorismo entregue um relatório pedindo a criação de um laboratório nacional para o desenvolvimento de vacinas para combater ameaças provenientes de armas biológicas, que usam bactérias e vírus patogênicos para causar doenças e mortes.

Argentina
A suspeita de que uma carta enviada dos EUA à Argentina contivesse antraz não se confirmou. Andrés Ruiz, diretor do instituto de infectologia Malbrán, em Buenos Aires, confirmou ontem "não se tratar de antraz". Entretanto o material será enviado para os EUA para novo estudo.
Há duas semanas, o ministro da Saúde argentino, Héctor Lombardo, anunciou a presença da bactéria na carta. Dias depois, ele disse que o envelope era "inócuo".


Com agências internacionais



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