São Paulo, terça-feira, 02 de dezembro de 2008

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CASO DA MALA

Justiça americana sentencia venezuelano a 2 anos de prisão

THIAGO GUIMARÃES
DE BUENOS AIRES

A Justiça dos EUA condenou ontem o advogado venezuelano Moisés Maiónica, 37, a dois anos de prisão, na primeira pena imposta no chamado "caso da mala" -suspeita de financiamento ilegal, pela Venezuela, da campanha da presidente argentina, Cristina Kirchner.
Maiónica foi acusado de atuar nos EUA como agente ilegal do governo Hugo Chávez. Tentava convencer o empresário Guido Antonini Wilson a não revelar origem e destino dos US$ 800 mil apreendidos em agosto de 2007, que levava em um vôo Caracas-Buenos Aires pago pelo governo argentino.
Maiónica, um dos cinco acusados no caso, recebeu pena menor por ter colaborado com a Promotoria americana no julgamento do empresário venezuelano Franklin Durán, único a se declarar inocente. Durán foi considerado culpado no mês passado e terá a pena fixada em 12 de janeiro.
Durante o julgamento de Durán, Maiónica implicou Chávez no caso. Relatou ter tido reuniões com o chefe da inteligência venezuelana, Henry Rangel Silva, e com um não-identificado "vice-ministro" argentino para combinar o encobrimento do episódio por US$ 400 mil.
Segundo testemunhas do caso -entre elas o próprio Antonini-, o dinheiro era da petroleira venezuelana PDVSA e iria para a campanha presidencial de Cristina, eleita dois meses depois. Caracas e Buenos Aires negam.
Ontem, após a leitura da sentença em Miami, Maiónica se disse "cheio de vergonha e arrependimento". Ele recebeu ainda multa de US$ 25 mil e terá que cumprir dois anos de liberdade assistida após deixar a prisão.
Três dos acusados do caso são empresários ou advogados que mantinham negócios com o governo venezuelano e que fizeram denúncias de corrupção sob Chávez.
Na próxima segunda-feira a Justiça dos EUA deve fixar a sentença de um deles, Carlos Kauffman, que também se declarou culpado.


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