São Paulo, terça-feira, 02 de dezembro de 2008

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EUA pedem que Islamabad apóie investigação

DA REDAÇÃO

A secretária de Estado norte-americana, Condoleezza Rice, cobrou de Islamabad "cooperação total" nas investigações sobre os atentados em Mumbai, que deixaram 172 mortos e aterrorizaram a maior cidade indiana por 62 horas, entre a última quarta e sábado.
"O que estamos enfatizando para o governo paquistanês é a necessidade de seguir os indícios aonde quer que eles nos levem. Não quero tirar conclusões precipitadas, mas estou convencida de que chegou a hora para transparência e cooperação completa, absoluta e total", disse Rice ontem, após reunir-se, em Londres, com o chanceler David Miliband. Ela viaja amanhã à Índia em uma "visita de solidariedade".
Os indianos formalizaram ontem queixa a Islamabad sobre o envolvimento de "elementos paquistaneses" nos atentados. Autoridades atribuem o autoria ao Lashkar-e-Taiba, grupo radical de origem paquistanesa que combate Nova Déli na Caxemira. O Paquistão já foi acusado, no passado, de apoiar a organização, hoje proscrita.
O presidente paquistanês, Asif Ali Zardari, promete cooperar e insiste que os terroristas são "atores não-estatais". Rivais nucleares, Índia e Paquistão travaram três guerras desde a independência, em 1947, duas delas pelo controle da Caxemira, mas vinham se reaproximando e vivem hoje boom comercial.
O Paquistão concordou inicialmente com o pedido indiano para que o chefe do ISI, seu poderoso serviço secreto, colaborasse com os investigadores, porém recuou e o substituiu por um militar de patente mais baixa.
A porta-voz da Casa Branca, Dana Perino, pediu ontem calma aos dois países e contemporizou: "confiamos no Paquistão". Aliado americano, Islamabad recebeu mais de US$ 10 bilhões em ajuda militar do Pentágono desde 2001 e é alvo de críticas pela incapacidade de conter grupos radicais islâmicos em suas fronteiras.
"Pedimos a todos que reduzam a retórica, as tensões e cooperem em uma investigação", disse Perino. "A região é como uma floresta onde não chove há muitos meses e uma faísca poderia provocar um grande incêndio."

Com agências internacionais



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