|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
EUA pedem que
Islamabad apóie
investigação
DA REDAÇÃO
A secretária de Estado
norte-americana, Condoleezza Rice, cobrou de Islamabad "cooperação total"
nas investigações sobre os
atentados em Mumbai, que
deixaram 172 mortos e aterrorizaram a maior cidade indiana por 62 horas, entre a
última quarta e sábado.
"O que estamos enfatizando para o governo paquistanês é a necessidade de seguir
os indícios aonde quer que
eles nos levem. Não quero tirar conclusões precipitadas,
mas estou convencida de que
chegou a hora para transparência e cooperação completa, absoluta e total", disse Rice ontem, após reunir-se, em
Londres, com o chanceler
David Miliband. Ela viaja
amanhã à Índia em uma "visita de solidariedade".
Os indianos formalizaram
ontem queixa a Islamabad
sobre o envolvimento de
"elementos paquistaneses"
nos atentados. Autoridades
atribuem o autoria ao Lashkar-e-Taiba, grupo radical de
origem paquistanesa que
combate Nova Déli na Caxemira. O Paquistão já foi acusado, no passado, de apoiar a
organização, hoje proscrita.
O presidente paquistanês,
Asif Ali Zardari, promete
cooperar e insiste que os terroristas são "atores não-estatais". Rivais nucleares, Índia e Paquistão travaram três
guerras desde a independência, em 1947, duas delas pelo
controle da Caxemira, mas
vinham se reaproximando e
vivem hoje boom comercial.
O Paquistão concordou
inicialmente com o pedido
indiano para que o chefe do
ISI, seu poderoso serviço secreto, colaborasse com os investigadores, porém recuou
e o substituiu por um militar
de patente mais baixa.
A porta-voz da Casa Branca, Dana Perino, pediu ontem calma aos dois países e
contemporizou: "confiamos
no Paquistão". Aliado americano, Islamabad recebeu
mais de US$ 10 bilhões em
ajuda militar do Pentágono
desde 2001 e é alvo de críticas pela incapacidade de
conter grupos radicais islâmicos em suas fronteiras.
"Pedimos a todos que reduzam a retórica, as tensões
e cooperem em uma investigação", disse Perino. "A região é como uma floresta onde não chove há muitos meses e uma faísca poderia provocar um grande incêndio."
Com agências internacionais
Texto Anterior: Sob pressão interna, Índia sobe tom contra Paquistão Próximo Texto: Bolsões de miséria assolam a rica Mumbai Índice
|