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Justiça diz hoje se premiê tailandês segue no cargo
Explosão em aeroporto tomado provoca 1 morte
DA REDAÇÃO
A Corte Constitucional da
Tailândia pode promover hoje
o desejo dos manifestantes que
ocupam o principal aeroporto
do país há quase uma semana e
o prédio do gabinete do primeiro-ministro há mais de três meses. Três partidos da coalizão
do governo estão sujeitos à dissolução, se o tribunal os considerar culpados de fraude eleitoral (são acusados de comprar
votos) no pleito de 2007.
Nesse caso, seus membros
(inclusive o premiê Somchai
Wongsawat, cuja renúncia é
condicionada pelos manifestantes ao fim dos protestos)
perdem os mandatos e ficarão
inelegíveis por cinco anos.
A condução de Somchai ao
cargo aconteceu em setembro,
após outra decisão da Corte
Constitucional. O então premiê, Samak Sundaravej, foi
afastado por quebra do decoro
-apareceu em programa culinário na TV enquanto já ocupara o posto. A decisão também se
sucedeu a semanas de protestos contra Samak.
Na noite de ontem (horário
de Brasília), a explosão de uma
bomba no aeroporto de Don
Muang, tomado por manifestantes, causou uma morte.
Vermelhos x Amarelos
Para coibir o que qualificam
como um "golpe silencioso" da
Justiça, cerca de 4.000 partidários do governo se juntaram
diante da Prefeitura de Bancoc
ontem e prometeram permanecer lá até quinta-feira. Vestidos de vermelho, eles integram
a UDD, sigla pela qual é conhecida a Frente Unida pela Democracia Contra a Ditadura.
A saída de grupos pró-governo às ruas da capital do país gerou receio de choques, na medida em que líderes da APD
(Aliança do Povo pela Democracia), organizadora dos manifestantes de camisas amarelas, acirraram o discurso. "Se tivermos que morrer, estou disposto a morrer", ameaçou Sondhi Limthongkul.
"A Tailândia está começando
a sair do controle. A UDD poderia promover sua própria baderna e então quem pode pará-los? Só Thaksin [Shinawatra]",
afirmou ao "Bangkok Post" o
cientista político da Universidade Chulalongkorn Thitinan
Pongsudhirak, citando o ex-primeiro-ministro, que, mesmo no exílio, é figura-chave da
atual crise que atravessa o país.
Acusado de corrupção e deposto em 2006 por um golpe
militar -o 18º em 76 anos de
monarquia constitucional-
Thaksin, que é cunhado de
Somchai e cujo apoio fora decisivo para a eleição de Samak, é
acusado pela APD de ditar as
ações da coalizão governista, liderada pelo seu PPP (Partido
do Poder Popular), que pode
ser dissolvido hoje.
Apesar do termo "democrático" em sua sigla, a APD, que
reúne a elite urbana e tem
maior penetração em cidades,
como Bancoc e Phuket, exige
mudanças no atual sistema político, com indicação da maioria dos membros do Parlamento por entidades de classe.
A entidade se autodefine como defensora da monarquia e
ontem acenou com a hipótese
de desocupar a Casa do Governo, para concentrar seus manifestantes no aeroporto internacional, o quarto maior da Ásia.
Isolado na cidade nortista de
Chiang Mai, Somchai, que ontem visitou um templo, não
aparenta ter o respaldo do rei
Bhumibol Adulyadej nem das
Forças Armadas. O rei nunca se
posicionou publicamente a favor do governo e o chefe do
Exército já aconselhou a convocação de novas eleições.
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