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São Paulo, segunda-feira, 03 de março de 2003

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GUERRA SEM LIMITES

Presidente classifica de "fantástica" a detenção, no Paquistão, do suposto mentor do 11 de setembro

Bush festeja a prisão do nº3 da Al Qaeda

DA REDAÇÃO

O presidente dos EUA, George W. Bush, classificou de "fantástica" a notícia da prisão, no Paquistão, de Khalid Sheikh Mohammed, acusado de ser um dos mentores dos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001 nos EUA.
Bush foi avisado da prisão por Condoleezza Rice, assessora de segurança nacional da Casa Branca. "Isso é fantástico!", disse o presidente a ela.
Agentes da CIA (agência de inteligência dos EUA) e autoridades paquistanesas realizaram a operação conjunta que levou à captura de Mohammed, segundo funcionários do governo americano.
Mohammed, 37, considerado o número três da rede terrorista Al Qaeda, liderada por Osama bin Laden, foi preso em Rawalpindi, próximo à capital do Paquistão, Islamabad. Ele estava na lista de 22 terroristas mais procurados pelo FBI (polícia federal americana), e o Departamento de Estado oferecia uma recompensa de US$ 25 milhões por sua captura.
Apesar das primeiras notícias sobre sua suposta entrega imediata a autoridades americanas e posterior extradição para um local ignorado, o governo paquistanês disse ontem que ele permaneceria no país para ser interrogado.
Segundo funcionários de inteligência dos EUA, Mohammed teria, ao ser preso, uma lista de nomes e números de telefone de membros de uma célula inativa da Al Qaeda nos EUA.
Mohammed teria escapado dos serviços de inteligência pelo menos uma dezena de vezes e esteve próximo de ser capturado em setembro. Sua prisão é considerada um dos maiores feitos já conseguidos após o início da "guerra contra o terror", lançada pelos EUA após os atentados a Nova York e Washington.
Os serviços de segurança e de inteligência americanos vinham sofrendo críticas severas por não ter conseguido, até então, localizar e prender as principais lideranças da Al Qaeda.
Além de ser acusado de ter planejado os ataques de 11 de setembro de 2001, Mohammed, nascido no Kuait, já havia sido indiciado nos EUA em 1996 por sua suposta participação em um plano para explodir aviões civis americanos sobre o oceano Pacífico.
Suspeita-se ainda de sua participação no atentado a bomba de 1993 contra o World Trade Center, em Nova York -um parente seu cumpre prisão perpétua pelo ataque-, e em um suposto plano para assassinar o papa João Paulo 2º nas Filipinas, em 1995.

Golpe maravilhoso
As primeiras notícias sobre a possível detenção de Mohammed foram passadas na sexta-feira à noite pelo diretor da CIA, George Tenet, a Condoleezza Rice, que estava na residência presidencial de Camp David com o presidente e a primeira-dama, Laura Bush.
Segundo o porta-voz da Casa Branca, Ari Fleischer, Tenet disse que as autoridades paquistanesas estavam "quase seguras" de que haviam capturado Mohammed e outras duas pessoas. A confirmação veio no sábado.
"É difícil expressar o quão importante é isso", afirmou Fleischer. "É um golpe maravilhoso infligido à Al Qaeda", disse. Fleischer descreveu Mohammed como "um experiente planejador operacional" da rede terrorista.
Um comunicado da Casa Branca acusou Mohammed de planejar os ataques de 2001 e de estar "diretamente envolvido", desde então, com planos da Al Qaeda para ataques dentro dos EUA.
"Esse é um grande sucesso hoje, mas a guerra contra o terrorismo continua amanhã", afirmou o porta-voz do Comando Central dos EUA, Jim Wilkinson. "Ainda há muito trabalho a fazer", disse.
O ex-prefeito de Nova York Rudolph Giuliani disse que a prisão "é uma indicação significativa de que o governo está buscado uma efetiva e consistente política internacional para reduzir a ameaça do terrorismo global".
Segundo Fleischer, ainda é cedo para saber se Mohammed poderá ser o primeiro terrorista mandado por Bush a um tribunal militar.


Com agências internacionais

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