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GUERRA SEM LIMITES
Presidente classifica de "fantástica" a detenção, no Paquistão, do suposto mentor do 11 de setembro
Bush festeja a prisão do nº3 da Al Qaeda
DA REDAÇÃO
O presidente dos EUA, George
W. Bush, classificou de "fantástica" a notícia da prisão, no Paquistão, de Khalid Sheikh Mohammed, acusado de ser um dos mentores dos atentados terroristas de
11 de setembro de 2001 nos EUA.
Bush foi avisado da prisão por
Condoleezza Rice, assessora de
segurança nacional da Casa Branca. "Isso é fantástico!", disse o presidente a ela.
Agentes da CIA (agência de inteligência dos EUA) e autoridades
paquistanesas realizaram a operação conjunta que levou à captura
de Mohammed, segundo funcionários do governo americano.
Mohammed, 37, considerado o
número três da rede terrorista Al
Qaeda, liderada por Osama bin
Laden, foi preso em Rawalpindi,
próximo à capital do Paquistão,
Islamabad. Ele estava na lista de
22 terroristas mais procurados
pelo FBI (polícia federal americana), e o Departamento de Estado
oferecia uma recompensa de US$
25 milhões por sua captura.
Apesar das primeiras notícias
sobre sua suposta entrega imediata a autoridades americanas e
posterior extradição para um local ignorado, o governo paquistanês disse ontem que ele permaneceria no país para ser interrogado.
Segundo funcionários de inteligência dos EUA, Mohammed teria, ao ser preso, uma lista de nomes e números de telefone de
membros de uma célula inativa
da Al Qaeda nos EUA.
Mohammed teria escapado dos
serviços de inteligência pelo menos uma dezena de vezes e esteve
próximo de ser capturado em setembro. Sua prisão é considerada
um dos maiores feitos já conseguidos após o início da "guerra
contra o terror", lançada pelos
EUA após os atentados a Nova
York e Washington.
Os serviços de segurança e de
inteligência americanos vinham
sofrendo críticas severas por não
ter conseguido, até então, localizar e prender as principais lideranças da Al Qaeda.
Além de ser acusado de ter planejado os ataques de 11 de setembro de 2001, Mohammed, nascido
no Kuait, já havia sido indiciado
nos EUA em 1996 por sua suposta
participação em um plano para
explodir aviões civis americanos
sobre o oceano Pacífico.
Suspeita-se ainda de sua participação no atentado a bomba de
1993 contra o World Trade Center, em Nova York -um parente
seu cumpre prisão perpétua pelo
ataque-, e em um suposto plano
para assassinar o papa João Paulo
2º nas Filipinas, em 1995.
Golpe maravilhoso
As primeiras notícias sobre a
possível detenção de Mohammed
foram passadas na sexta-feira à
noite pelo diretor da CIA, George
Tenet, a Condoleezza Rice, que
estava na residência presidencial
de Camp David com o presidente
e a primeira-dama, Laura Bush.
Segundo o porta-voz da Casa
Branca, Ari Fleischer, Tenet disse
que as autoridades paquistanesas
estavam "quase seguras" de que
haviam capturado Mohammed e
outras duas pessoas. A confirmação veio no sábado.
"É difícil expressar o quão importante é isso", afirmou Fleischer. "É um golpe maravilhoso
infligido à Al Qaeda", disse. Fleischer descreveu Mohammed como "um experiente planejador
operacional" da rede terrorista.
Um comunicado da Casa Branca acusou Mohammed de planejar os ataques de 2001 e de estar
"diretamente envolvido", desde
então, com planos da Al Qaeda
para ataques dentro dos EUA.
"Esse é um grande sucesso hoje,
mas a guerra contra o terrorismo
continua amanhã", afirmou o
porta-voz do Comando Central
dos EUA, Jim Wilkinson. "Ainda
há muito trabalho a fazer", disse.
O ex-prefeito de Nova York Rudolph Giuliani disse que a prisão
"é uma indicação significativa de
que o governo está buscado uma
efetiva e consistente política internacional para reduzir a ameaça
do terrorismo global".
Segundo Fleischer, ainda é cedo
para saber se Mohammed poderá
ser o primeiro terrorista mandado por Bush a um tribunal militar.
Com agências internacionais
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