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No caos, sobreviventes atacam americanos
DA REDAÇÃO
No cenário caótico de destruição após as explosões em Karbala,
os peregrinos dirigiram sua revolta contra os americanos, acusados
de não garantir a segurança.
Em Bagdá, uma multidão de
iraquianos atacou os soldados e
médicos americanos que tentavam controlar a confusão e ajudar
os feridos. "Isso é obra dos judeus
e das forças de ocupação americanas", anunciou uma voz através
do sistema de som da mesquita
Kadhimiya. As tropas americanas
precisaram dispersar os iraquianos com gás lacrimejante.
O fotógrafo da agência de notícias Reuters Peter Andrews estava
no local das explosões em Karbala: "Num espaço de dez ou 15 minutos houve quatro explosões. As
pessoas corriam para todos os lados como loucos. Vi corpos empilhados numa carroça e pessoas
gritando. Alguns homens furiosos vieram em minha direção
com armas nas mãos. Eles gritavam "América não, América não"
e ameaçaram me matar. O meu
motorista Saad beijou um dos homens nas faces, falou com ele em
árabe e o acalmou. Então pudemos sair de lá".
O cenário de destruição e morte
colocou em pânico muitos dos sobreviventes, o que só aumentou a
confusão. Os policiais iraquianos
tentaram conter a multidão dando tiros para o alto.
Segundo uma testemunha, uma
das explosões teria sido provocada por terroristas que se fingiram
passar por peregrinos xiitas. "Eu
vi iranianos se flagelando [costume na festa] e então ouvi uma
grande explosão. Parece ter vindo
de uma carroça que estavam empurrando", afirmou Wisam Hadi.
Alguns peregrinos iranianos
também foram agredidos.
De acordo com um sobrevivente, uma das bombas foi escondida
debaixo de uma pilha de lixo. "Vimos carne, braços, pernas, mais
carne. Então uma ambulância
chegou", disse outra testemunha
que se identificou como Tarar. No
meio dos escombros, dois policiais procuravam por corpos sem
conseguir conter as lágrimas.
Com agências internacionais
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