São Paulo, quarta-feira, 03 de março de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

EUA vêem ação contra democracia

DA REDAÇÃO

Os EUA classificaram os ataques de uma tentativa desesperada dos insurgentes iraquianos de minar o processo de democratização do país. Um dos vice-presidentes do Irã apontou a rede terrorista Al Qaeda como responsável pelos atentados.
"Há inimigos da liberdade no Iraque que tentam enfraquecer o futuro pacífico e democrático do povo iraquiano. Eles fracassarão. A democracia está criando raízes e não pode ser impedida", declarou Scott McClellan, porta-voz da Casa Branca.
McClellan disse não saber quem eram os responsáveis pelos ataques, mas afirmou que "certamente [se tratava] dos tipos de tática" empregados pela Al Qaeda.
"O grupo terrorista reacionário Al Qaeda chegou à conclusão de que tem dois inimigos: os Estados Unidos, como o inimigo político, e os xiitas, como o inimigo ideológico", escreveu em seu site o vice-presidente iraniano para assuntos jurídicos e parlamentares, Mohammad Ali Abtahi.
Segundo Abtahi, a rede terrorista de Osama bin Laden considera os xiitas mais perigosos do que os norte-americanos. A maioria dos membros da Al Qaeda é sunita, e a organização arregimenta seus quadros entre aqueles mais conservadores, que consideram os xiitas heréticos.
"Os criminosos estão tentando instalar a discórdia no Iraque, mas vamos enfrentá-los até a última gota de sangue", disse Mohammed Bahrul al Ulum, presidente do Conselho de Governo Iraquiano. Vários membros do conselho atribuíram a autoria dos ataques ao jordaniano Abu Musab al Zarqawi, suspeito de outros ataques realizados no país e de ter vínculo com a Al Qaeda.
Amr Moussa, presidente da Liga Árabe, que reúne 22 países, disse que os iraquianos não devem deixar que ninguém os divida. O xeque Hassan Nasrallah, do grupo extremista xiita libanês Hizbollah, disse que uma guerra civil só interessaria aos EUA. "Não permitam que os sionistas, os americanos ou os assassinos fanáticos levem o país para o abismo."
Para o premiê britânico, Tony Blair, os ataques foram planejados "para tentar antagonizar as diferentes comunidades religiosas do Iraque, num momento em que a vasta maioria das pessoas quer construir um país estável, livre, próspero e democrático". De acordo com o porta-voz Fred Eckhard, o secretário-geral da ONU, Kofi Annan, encorajou "todos os iraquianos a evitar atos que possam enfraquecer os esforços em busca da reconciliação nacional".


Com agências internacionais


Texto Anterior: Análise: Terror procura dividir país, diz especialista
Próximo Texto: Barbárie: Ataque contra xiitas mata 42 no Paquistão
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.