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BARBÁRIE
Terroristas abrem fogo e lançam granadas contra procissão religiosa; governo denuncia tentativa de desestabilizar o país
Ataque contra xiitas mata 42 no Paquistão
DA ASSOCIATED PRESS
Três homens abriram fogo e atiraram granadas contra muçulmanos xiitas durante uma procissão
religiosa em Quetta, no sudoeste
do Paquistão, ontem. Pelo menos
42 pessoas morreram -inclusive
dois dos terroristas- e mais de
150 ficaram feridas. O ataque
ocorreu durante a Ashura, a principal festa xiita, uma das ramificações do islamismo.
Pouco depois, uma mesquita
sunita, a sede de uma emissora de
TV local e diversas lojas foram incendiadas por xiitas na principal
cidade da Província do Baluquistão, com 1,2 milhão de habitantes.
O atentado foi o que resultou no
maior número de mortos em uma
série de ataques contra a minoria
muçulmana xiita no Paquistão.
Segundo o prefeito de Quetta,
Abdul Rahim Kakar, os três terroristas atacaram a procissão e, em
seguida, misturaram-se à multidão com explosivos atados ao
corpo, explodindo-se. Dois morreram, e um terceiro foi internado
em condição crítica.
Para o governo, o ataque foi
uma tentativa de desestabilizar o
país. "O objetivo foi criar uma revolta", disse o ministro da Informação, Rashid Ahmed.
O presidente paquistanês, Pervez Musharraf, tornou-se um dos
principais aliados dos EUA na
guerra contra o terrorismo após o
11 de Setembro. Musharraf ajudou os EUA a intervir no vizinho
Afeganistão, o que despertou a ira
de fundamentalistas islâmicos, e
acaba de autorizar as tropas americanas a agir em território paquistanês, perto da fronteira afegã, para tentar capturar Osama
bin Laden, líder da rede Al Qaeda.
A violência em Quetta aconteceu após ataques coordenados
contra alvos xiitas em Karbala e
em Bagdá, no Iraque. Não se sabe
se há relação entre os atentados
nos dois países.
Em Phalia (leste do Paquistão),
um xiita e um sunita morreram
em um conflito. Em julho, cerca
de 50 pessoas foram mortas numa
mesquita de Quetta.
Por volta de 97% dos paquistaneses são muçulmanos, mas os
sunitas são quatro vezes mais numerosos. A maioria dos sunitas e
xiitas vive pacificamente, mas radicais alimentam o conflito.
Allama Hassan Turabi, um dos
principais líderes xiitas do país,
exigiu que o presidente Musharraf -que tem prometido reprimir o extremismo religioso- demitisse o ministro do Interior pelo fracasso em impedir ataques
durante a Ashura. "Não foi o primeiro ataque contra nós. Não estamos seguros em nossas casas
nem nas mesquitas", disse.
Com agências internacionais
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