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HAITI
"Assassinos armados" não governarão o país, dizem EUA
Líder rebelde diz estar no comando das forças de segurança haitianas
DA REDAÇÃO
Guy Philippe, 36, o líder rebelde
que desempenhou um papel crucial na queda do ex-presidente do
Haiti Jean-Bertrand Aristide, afirmou ontem que está no comando
das forças de segurança do país,
incluindo a força policial que era
fiel a Aristide.
Em Porto Príncipe, a capital haitiana, Philippe, ao lado de membros de sua própria força de segurança e da Polícia Nacional, disse
que respeitará a autoridade do
presidente interino do Haiti, Boniface Alexandre. Este assumiu
depois da queda de Aristide.
"Estou no comando da frente de
resistência nacional. Ou seja, sou
o chefe dos militares. No que se
refere aos policiais e aos militares,
estou no comando de todo o
país", afirmou Philippe.
Questionado sobre a possibilidade de aceitar o desarmamento
de seus comandados, o líder rebelde afirmou: "Temos um presidente [interino] que assumiu de
modo legal. Respeitaremos suas
ordens". Mas ele ameaçou prender Yvon Neptune, o premiê que
era ligado a Aristide.
O ex-soldado Philippe lidera
um grupo de ex-militares e de rebeldes que tomou cidades e vilarejos no norte do Haiti, nas últimas três semanas. Suas declarações não deverão agradar à comunidade internacional, já que ele é
acusado de cometer atrocidades
contra civis. Além disso, há suspeitas de que ele tenha envolvimento com o tráfico de cocaína.
Sem citar seu nome, os EUA disseram que "assassinos armados"
não farão parte do governo.
A oposição haitiana anunciou
que já escolhera seu representante, o ex-senador Paul Denis, para
fazer parte de uma comissão que
poderá ser criada para ajudar a
solucionar a crise. Sua criação faz
parte de um plano internacional.
Um porta-voz das Forças Armadas da França afirmou que o
país não está no comando de uma
força de proteção a Aristide, que
está na República Centro-Africana. Anteriormente, a ministra da
Defesa, Michèle Alliot-Marie, dera a entender que Paris estava no
comando dessa força, mas a informação foi negada.
O secretário-geral da ONU, Kofi
Annan, disse não crer na acusação feita por Aristide de que os
EUA o forçaram a deixar o poder.
Jean-Claude Duvalier, ex-ditador haitiano, que é mais conhecido como "Baby Doc", disse ontem, na França, que pretende retornar a seu país, mas negou que
queira disputar a Presidência.
EUA e França
O presidente dos EUA, George
W. Bush, ligou ontem para seu colega francês, Jacques Chirac, para
exaltar a cooperação entre os dois
países durante a crise haitiana e
para expressar seu agradecimento pelos esforços franceses.
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