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Fraude menor reflete aumento de restrições
DO ENVIADO ESPECIAL
A eleição presidencial
teve menor número de
manipulações e fraudes, à
primeira vista, que o pleito
parlamentar de dezembro.
Mas isso pode ter ocorrido
devido a uma maior manipulação pré-eleitoral e à
coibição do trabalho de
observadores ontem.
Essa é a opinião do Instituto Golos, a principal
entidade de monitoramento eleitoral da Rússia.
"Ainda estamos tabulando os dados, mas houve
claramente abusos, em especial no voto de trânsito.
Mas houve menos incidentes reportados que em
dezembro. Mas isso talvez
se explique porque nosso
trabalho e o de outros órgãos tenha sido mais controlado", diz Tatiana Bogdanova, do Golos. O Kremlin nega tais pressões.
Ela e cinco voluntários
dividiam ontem duas salas
do Centro de Mídia Independente de Moscou, que
ficava escondido atrás de
uma porta de ferro ("Tecle
o código 44 para abrir", dizia um suspeito cartaz) em
um prédio em reformas no
centro moscovita.
Ontem, segundo o Golos, houve vários casos fora de Moscou de uso duplicado ou triplicado do voto
em trânsito, porque os
eleitores não registravam
seu nome nas primeiras
vezes em que votaram.
Há relatos, já conhecidos, de estatais e empresas
privadas forçando seus
funcionários a votar com
cédulas de trânsito em locais nos quais os patrões
podem checar as listas de
presença. Segundo o funcionário de uma estatal
disse à Folha, isso aconteceu para que eles pudessem fazer represálias contra quem não apareceu ou
não votou no governo
-não há voto em branco
ou nulo na Rússia.
Na seção eleitoral 84, visitada pela Folha no pleito de novembro, não houve registro claro de violações. O único sinal de mudança, na verdade, era no
preço das laranjas oferecidas no estande de produtos baratos típico dos postos eleitorais russos: subiu
de 40 rublos para 50 rublos o quilo (no mercado,
custavam 60 rublos).
Houve também relatos de
distribuição de brindes, rifas, exames gratuitos e
afins em todo o país.
(IG)
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