de Paris

A comoção nacional causada pelo processo Papon reflete a dificuldade que, mais de meio século depois, a sociedade francesa sente ao lidar com o tema da colaboração com a ocupação nazista.
O Exército alemão derrotou o francês em junho de 1940 e instalou um governo-fantoche, chefiado pelo marechal Henri Pétain.
De início, ele governou a chamada "zona livre", a parte não ocupada pelo Exército alemão. Como Paris ficava na "França ocupada", o governo foi levado para Vichy.
No final de 42, todo o país fica sob ocupação militar, mas o regime colaboracionista é mantido.
O país restringiu então a liberdade dos judeus, muitos dos quais foram deportados para os campos de extermínio alemães.
Terminada a guerra (a libertação da França ocorreu em 1944), os colaboracionistas caíram em desgraça. Mas até hoje há polêmica sobre a amplitude do apoio da população ao governo de Vichy. Se a reação após a guerra foi violentamente contrária, antes, Pétain fora recebido em triunfo em Paris.
Também é discutido o quanto o governo de Vichy e a população francesa colaboraram com as deportações de judeus aos nazistas -o caso de Papon, que, apesar disso, seguiu uma próspera carreira pública após a guerra.
Assumiu uma cadeira na Assembléia Nacional em 1968 e, de 1978 a 1981, chegou a ocupar o Ministério do Orçamento. Ainda em 81, porém, jornais fizeram as primeiras revelações contra ele. (RA)



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