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COMENTÁRIO
Líbia já colhe frutos do julgamento
PAUL TAYLOR
da "Reuters"
Muammar Gaddafi, líder líbio,
está colhendo os frutos políticos e
econômicos de sua decisão de entregar os suspeitos de envolvimento no atentado de Lockerbie.
Depois de ser mantido durante
quase dez anos como pária político, o Estado líbio passa a ser um
dos locais mais atraentes para a
indústria petrolífera internacional, de acordo com uma pesquisa
da Robertson, consultoria britânica especializada em petróleo.
"Desenvolvimentos políticos levaram a Líbia de uma modesta vigésima posição, em 1998, à primeira posição como alvo de exploração, desenvolvimento e produção (de petróleo) em 2000",
afirma a Robertson.
A decisão de entregar, um ano
atrás, os suspeitos Abdel Basset al
Megrahi e Lamen Khalifa Fhimah
provocou uma enxurrada de contatos comerciais e políticos.
O Conselho de Segurança da
ONU impôs sanções contra a Líbia em 1992, depois que o governo
líbio se recusou a entregar esses
suspeitos para julgamento.
Empresários europeus disputam o acesso à porta de Gaddafi.
Líderes da União Européia fazem
fila para trocar um aperto de
mãos com o líder líbio, e empresas dos EUA tentam conseguir a
suspensão de sanções unilaterais
contra a Líbia.
"A Líbia é a região petrolífera
mais barata e mais atraente fora
do golfo Pérsico", diz o especialista George Joffe.
O grupo italiano ENI está investindo bilhões de dólares em projetos ligados a petróleo e gás na Líbia. Companhias francesas e britânicas também procuram expandir suas operações no país.
Já a reabilitação política da Líbia
ficou evidente no mês passado,
quando o presidente francês, Jacques Chirac, e o chanceler (premiê) alemão, Gerhard Schroeder,
além de outros líderes europeus,
cortejaram Gaddafi, em reuniões
privadas, num encontro afro-europeu no Cairo (Egito).
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