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AMÉRICA LATINA
Presidente insiste que Senado dos EUA aprove ajuda à Colômbia, sob pena de pôr região em risco
Clinton vê ameaça à democracia na AL
das agências internacionais
O presidente dos EUA, Bill Clinton, voltou a solicitar ao Senado
que aprove pacote de ajuda antinarcotráfico à Colômbia, no valor
de US$ 1,6 bilhão, sob pena de levar a democracia no país e na região ao colapso.
"Tenham certeza de que, se a
democracia mais antiga da América do Sul pode ser destruída, outras poderiam segui-la", afirmou
Clinton, durante a reunião anual
do Conselho das Américas.
As declarações vêm um dia depois de a secretária de Estado norte-americana, Madeleine Albright, ter proferido discurso no
mesmo encontro, advertindo sobre os riscos que corre a democracia na América Latina.
Ela destacou as desigualdades
sociais como fator que poderia levar a governos autoritários e a
medidas protecionistas. Em relação à Colômbia, disse lamentar
que o Senado dos EUA ainda não
tenha feito nada em relação ao pedido de ajuda.
Participam do encontro mais de
500 líderes empresariais dos EUA
e da América Latina, além de embaixadores e representantes de
organizações internacionais.
"Cada um de nós tem um profundo interesse em contribuir para que a luta pela liberdade, a democracia e o bom governo na Colômbia tenham êxito", afirmou
Clinton, pedindo apoio para o
programa de reformas do presidente colombiano, Andrés Pastrana, o "Plan Colombia".
O programa prevê US$ 7,5 bilhões em investimentos, parte dos
quais o governo busca captar em
outros países, com o objetivo de
por fim à guerra civil, reduzir a
produção e o tráfico de drogas,
reativar a economia e melhorar o
funcionamento do governo.
A Colômbia vive uma guerra civil há mais de 30 anos, que matou
35 mil pessoas apenas na última
década. A principal guerrilha do
país, as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, marxistas) dizem que a ajuda dos
EUA e o "Plan Colombia" visam
auxiliar o governo na guerra contra a insurgência, usando como
pretexto o combate ao narcotráfico. A Colômbia é o principal fornecedor de cocaína aos EUA.
A ajuda norte-americana, que
seria liberada durante dois anos,
já foi aprovada pela Câmara dos
Representantes (deputados), mas
espera aprovação no Senado.
Clinton advertiu que os narcotraficantes colombianos se tornam mais poderosos à medida
que o tempo passa, enquanto a
guerrilha se fortalece porque recebe dinheiro do narcotráfico para proteger as plantações.
"Não devemos ficar de braços
cruzados e permitir que uma democracia eleita por seu povo, que
sacrificou muitas vidas, seja solapada por aqueles que estão dispostos a destruir o país para seus
próprios fins", disse ele.
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