São Paulo, quarta-feira, 03 de maio de 2000


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SUDESTE ASIÁTICO
Pelo menos 1 soldado morreu e 7 ficaram feridos
Exército das Filipinas enfrenta grupo que sequestrou turistas

das agências internacionais

O Exército das Filipinas enfrentou ontem guerrilheiros islâmicos do Abu Sayyaf, grupo que sequestrou, na semana passada, 21 turistas em um hotel de luxo da Malásia. O combate durou uma hora e ocorreu a apenas 300 metros do local onde são mantidos os reféns, na ilha de Jolo (sul do país).
Pelo menos um soldado morreu e sete ficaram feridos. O número de baixas entre os rebeldes não foi divulgado pelo governo filipino, que afirmou ter bombardeado uma área em que os líderes guerrilheiros se reuniam.
As condições dos reféns -dez malasianos, três alemães, dois franceses, dois sul-africanos, dois finlandeses, uma libanesa e uma filipina- eram desconhecidas até a noite de ontem. Anteontem, jornalistas que tiveram permissão de visitá-los contaram que eles vêm passando fome e sede.
A ação das tropas filipinas -cerca de 2.000 soldados fazem um cordão de isolamento na região- ocorreu horas após um dos sequestradores ter ameaçado decapitar dois turistas caso o Exército não se retirasse do local.
Identificando-se como Abu Escobar, um rebelde dissera a uma estação de rádio local: "Talvez os surpreendamos amanhã com duas cabeças de estrangeiros".
Um porta-voz militar disse que o enfrentamento de ontem começou quando rebeldes tentaram furar o cerco do Exército para fugir.
O presidente francês, Jacques Chirac, disse estar preocupado com a situação nas Filipinas e pediu ao governo do país que tente encerrar a crise com segurança. Governantes da Finlândia, da Alemanha e da África do Sul fizeram declarações com o mesmo teor.
Nur Misuari, um ex-rebelde que encabeça as negociações com os sequestradores, declarou que "eles estão dispostos a lutar, dispostos a matar, o que é muito perigoso. (...) Veremos de que forma podemos penetrar".
A ilha de Jolo (960 km ao sul da capital Manila) é um dos bastiões do Abu Sayyaf, um dos dois grupos extremistas que lutam para criar um Estado islâmico separado do restante do país, de população majoritariamente católica.
Os militares filipinos também combateram ontem a outra organização, a Frente Moro de Libertação Islâmica, em outra ilha do arquipélago do Sudeste Asiático. Mais de 80 pessoas morreram.
Na semana passada, operação para resgatar 27 filipinos mantidos pelo Abu Sayyaf em Basilan (próximo a Jolo) fracassou. Soldados dominaram o acampamento, mas os guerrilheiros escaparam com os reféns -a maior parte deles crianças.


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