das agências internacionais

O site da Internet eBay.com, especializado em leilões virtuais, estava oferecendo ontem 140 produtos relacionados ao náufrago cubano Elián González, 6. Estavam à venda desde a balsa em que ficou até ser resgatado por pescadores até o ar que o menino respirou (segundo os vendedores).
O preço pela balsa do menino alcançou mais de US$ 1 milhão, até ter sua venda retirada. Por uma garrafa com o ar "do bairro de Elián González" (não especifica se o de sua casa de Cárdenas, em Cuba, ou o da casa de seu tio-avô Lázaro González, em Miami) estava sendo pedida a oferta mínima de US$ 15 mil.
O próprio Elián esteve "à venda" durante mais de 48 horas. A inverossímil oferta pelo garoto alcançou a marca de US$ 10 milhões. Mas, ainda ontem, mesmo que o anúncio da oferta estivesse visível, o serviço já estava desativado.
As outras ofertas vão desde domínios na Internet com o nome de Elián (o preço inicial para o domínio ElianGonzalezSaga.com é de US$ 5.000) até a "água de Elián", uma garrafa de vidro com água da casa de seu tio-avô em Miami, que foi "abençoada por um padre" e que custava, até ontem, US$ 43,5.
Fotografias, bandeiras, camisetas e objetos que supostamente pertenceram ao menino, como as bolinhas de tênis com que brincava enquanto estava na casa de seu tio-avô, estavam à venda no site.
Até o dia 5 de maio, estará em leilão um "autêntico desenho" que o menino teria feito "durante uma avaliação psiquiátrica com a psiquiatra Pam Ebersen", cunhada do vendedor, segundo o comentário feito ao produto no site, por US$ 1.026, depois de ofertas de 21 pessoas. No pacote do desenho estão inclusos três lápis que teriam sido utilizados por Elián.
Em novembro, a mãe de Elián, seu padrasto e outras oito pessoas morreram quando a embarcação que os levava de Cuba aos EUA naufragou na costa da Flórida. Sobreviveram ao naufrágio apenas Elián e dois ocupantes do barco, resgatados por pescadores.
Elián foi levado a Miami, onde ficou na casa de parentes, que entraram na Justiça norte-americana para ficar com o garoto. A polícia retirou Elián à força da casa dos parentes em 22 de abril, após decisão do serviço de imigração de entregá-lo ao pai, Juan Miguel González, vindo de Cuba. O garoto está com o pai numa casa em Maryland aguardando decisão da Justiça.


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