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Visando popularidade, Uribe faz desmobilização virar show pirotécnico
DA ENVIADA A MEDELLÍN
De olho em sua alta popularidade, calcada sobre a política linha-dura contra os grupos armados, o presidente Álvaro Uribe fez das cerimônias
de desmobilização dos paramilitares das AUC (Autodefesas Unidas da Colômbia) um
show de pirotecnia.
Helicópteros militares são
envoltos em fitas com as cores
da bandeira colombiana; também nas cores da bandeira,
explodem fogos de artifício.
Missas são celebradas. Altos comandantes acusados de
graves crimes posam com flores nas mãos e ao lado de imagens da Virgem de Guadalupe,
objeto de devoção entre paras.
Até o início deste ano, Uribe
conseguiu a desmobilização
de 30.412 paramilitares de vários blocos das AUC, num processo criticado por ONGs como a Anistia Internacional e a
Human Rights Watch.
A principal crítica é que a
Lei de Justiça e Paz, que regulou o processo, prevê punições brandas para os desmobilizados, além de blindá-los
contra extradições e não dar
garantias de reparação das vítimas e do desmantelamento
de seu poderio militar.
Segundo dados oficiais, apenas 16.984 armas foram entregues durante todo o processo de desmobilização -um
número bastante inferior ao
de total de desmobilizados.
Uma exigência da lei é que
os desmobilizados façam parte do programa de reinserção,
com ajuda psicossocial e de
formação educacional e profissional por 18 meses. Se
reincidem em delitos, perdem
os benefícios.
Em 2005, os EUA destinaram US$ 20 milhões ao processo de desmobilização, com
a condição de que o governo
colabore com a extradição dos
chefes paramilitares.
(CVN)
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