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ONU elogia Brasil por diminuir mortes no país
DA REDAÇÃO
O relatório da Unaids (órgão da ONU para a Aids) divulgado ontem cita o Brasil
como exemplo de país que
encontrou formas eficazes
de lidar com a epidemia da
doença. "O Brasil permanece sendo um importante
exemplo da integração de
assistência médica abrangente com um compromisso
renovado para com a prevenção", diz a ONU.
Segundo a Unaids, o número de mortes por Aids em
2000 no Brasil é um terço do
de 1996. Os principais fatores para essa redução, de
acordo com o relatório, são
uma decisão judicial de 1996
que obriga o Estado a fornecer remédios de combate ao
HIV gratuitamente e o fato
de o número de novas infecções ter sido mais baixo do
que o previsto há dez anos.
A ONU elogia a política do
governo brasileiro de dar
acesso a medicamentos antiretrovirais (que reduzem a
expansão da infecção dentro
do corpo) à população,
apontando que os gastos
com remédios compensam
a economia em assistência
médica. O relatório cita especificamente a fabricação
de genéricos no Brasil, na Índia e na Tailândia como um
fator positivo.
A Unaids também cita o
Brasil como uma exceção
dentro da tendência mundial de pessoas financiarem
seu próprio tratamento contra a doença. No país, apenas
6% dos gastos totais com a
Aids são feitos pelos próprios doentes. Em Ruanda, a
proporção é de 93%. No Brasil, os gastos públicos com a
doença representam 79%
dos gastos totais.
Mas o relatório também
atribui grande parte do sucesso do país na prevenção
da Aids às "suas mais de 600
ONGs e organizações comunitárias", que realizaram
"pressões políticas essenciais" quando necessário, citando especificamente o
Grupo pela Vidda, do Rio de
Janeiro. De acordo com a
ONU, esses grupos foram os
responsáveis pela mobilização popular e da mídia que
levou o Ministério da Saúde
a desistir de cortar seu orçamento para Aids, tuberculose e outras doenças em 1999.
Segundo o relatório, no
fim do ano passado, cerca de
610 mil do 1,5 milhão de pessoas com Aids ou infectadas
com o HIV na América Latina viviam no Brasil, ou cerca
de 40,6%. A população brasileira, segundo a ONU, representa 35,3% da população latino-americana. Mas as mortes por Aids no Brasil (8.400) no ano passado representaram 14% do total na América Latina (60 mil).
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