São Paulo, quarta-feira, 03 de julho de 2002

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ONU elogia Brasil por diminuir mortes no país

DA REDAÇÃO

O relatório da Unaids (órgão da ONU para a Aids) divulgado ontem cita o Brasil como exemplo de país que encontrou formas eficazes de lidar com a epidemia da doença. "O Brasil permanece sendo um importante exemplo da integração de assistência médica abrangente com um compromisso renovado para com a prevenção", diz a ONU.
Segundo a Unaids, o número de mortes por Aids em 2000 no Brasil é um terço do de 1996. Os principais fatores para essa redução, de acordo com o relatório, são uma decisão judicial de 1996 que obriga o Estado a fornecer remédios de combate ao HIV gratuitamente e o fato de o número de novas infecções ter sido mais baixo do que o previsto há dez anos.
A ONU elogia a política do governo brasileiro de dar acesso a medicamentos antiretrovirais (que reduzem a expansão da infecção dentro do corpo) à população, apontando que os gastos com remédios compensam a economia em assistência médica. O relatório cita especificamente a fabricação de genéricos no Brasil, na Índia e na Tailândia como um fator positivo.
A Unaids também cita o Brasil como uma exceção dentro da tendência mundial de pessoas financiarem seu próprio tratamento contra a doença. No país, apenas 6% dos gastos totais com a Aids são feitos pelos próprios doentes. Em Ruanda, a proporção é de 93%. No Brasil, os gastos públicos com a doença representam 79% dos gastos totais.
Mas o relatório também atribui grande parte do sucesso do país na prevenção da Aids às "suas mais de 600 ONGs e organizações comunitárias", que realizaram "pressões políticas essenciais" quando necessário, citando especificamente o Grupo pela Vidda, do Rio de Janeiro. De acordo com a ONU, esses grupos foram os responsáveis pela mobilização popular e da mídia que levou o Ministério da Saúde a desistir de cortar seu orçamento para Aids, tuberculose e outras doenças em 1999.
Segundo o relatório, no fim do ano passado, cerca de 610 mil do 1,5 milhão de pessoas com Aids ou infectadas com o HIV na América Latina viviam no Brasil, ou cerca de 40,6%. A população brasileira, segundo a ONU, representa 35,3% da população latino-americana. Mas as mortes por Aids no Brasil (8.400) no ano passado representaram 14% do total na América Latina (60 mil).



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