São Paulo, sábado, 03 de julho de 2004

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Força dos EUA deve ficar por até cinco anos

DA REDAÇÃO

Apesar da recém-adquirida "soberania" iraquiana, as tropas dos EUA devem permanecer no Iraque por mais cinco anos, disse ontem o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas americanas, general Richard Myers. É a primeira vez, após a posse do governo interino iraquiano, que a alta hierarquia militar dos EUA faz uma projeção tão extensa da presença de tropas estrangeiras.
"Nós podemos fazer isso [manter soldados no Iraque] e temos planos para fazê-lo pelo tempo que for necessário", disse Myers em entrevista à rede de TV PBS, a emissora pública americana. "Vai levar seis meses, um ano, um ano e meio, dois, três, provavelmente quatro ou cinco anos até que essas forças [iraquianas] estejam prontas e tenham as qualificações necessárias para fazer o que devem."
Os EUA têm hoje 138 mil militares à frente de uma força multinacional de 160 mil homens no Iraque, onde a situação de segurança segue precária. Ontem, dois marines morreram em Fallujah (oeste), e dois hotéis em Bagdá foram atacados com foguetes pela insurgência -três pessoas foram feridas. Em contrapartida, um refém paquistanês e dois turcos seqüestrados em junho foram soltos.
O governo polonês afirmou que dois obuses achados por seus soldados no Iraque continham ciclossarin -mas, segundo os EUA, a quantidade era mínima, e as peças eram anteriores a 1990. O suposto arsenal químico iraquiano foi citado como uma das razões da invasão, embora sua existência não tenha sido provada.
Também ontem, a Jordânia e o Iêmen se tornaram os primeiros países árabes a se oferecerem para integrar a força comandada pelos EUA no Iraque. O gesto é simbólico: o Iêmen condiciona a participação ao controle da força pela ONU, em lugar dos EUA, enquanto a Jordânia deve ser vetada por Bagdá -o gabinete interino recusa tropas de vizinhos.


Com agências internacionais

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