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ORIENTE MÉDIO
Estimulados por uma multidão, membros de grupo terrorista matam a tiros homem acusado de colaborar com Israel
Palestinos matam "traidor" em praça pública
DA REDAÇÃO
Membros de um grupo terrorista palestino executaram a tiros
em praça pública um homem suspeito de colaborar com Israel, enquanto a população da cidade na
Cisjordânia onde ocorreu o fato
exigia em coro sua morte.
Quatro membros das Brigadas
dos Mártires de Al Aqsa retiraram
Muhammad Rafiq Daraghmeh,
45, do hospital e o levaram a uma
praça de Qabatiya. Diante de centenas de moradores, perguntaram ao suspeito: "Você é um colaborador da inteligência israelense?". "Sim", ele respondeu.
Daraghmeh também admitiu
ter molestado sexualmente suas
duas filhas adolescentes, acusação
feita por alguns de seus parentes.
Em seguida, um dos militantes
perguntou à multidão: "Qual deve
ser sua sentença?". "Mate-o, mate-o", responderam os espectadores. Daraghmeh foi empurrado
para o chão e metralhado. "Ele
mereceu", disse um morador.
"O que ele fez foi vergonhoso.
Não o consideramos mais como
um de nós", disse um primo de
Daraghmeh à agência Reuters.
Disse também que um de seus irmãos tentou matá-lo a facadas
para redimir a honra da família.
Ferido, o palestino foi internado.
Ao menos 30 palestinos acusados de "colaboracionismo" foram
mortos desde o início da Intifada
(revolta palestina) em setembro
de 2000. Daraghmegh era acusado de guiar soldados israelenses a
esconderijos terroristas.
"Era necessário fazer dele um
exemplo", disse Jamal Abu Rab,
líder local das Brigadas, grupo terrorista ligado ao partido político
de Iasser Arafat, o presidente da
Autoridade Nacional Palestina.
A ANP condenou a ação. "Queremos que todos os atos sejam
conduzidos pelas vias legais. Mas
somos incapazes de impor a lei e a
ordem nas áreas palestinas ocupadas", disse Jamal Al Shobaki,
representante local da ANP.
Observadores palestinos dizem
que os ataques pesados de Israel
contra as instalações da ANP e o
cerco às cidades palestinas estão
minando a autoridade central palestina e tornando as cidades da
região ingovernáveis, beirando a
anarquia. Nesse quadro, os grupos armados ganham cada vez
mais poder, chegando a intimidar
prefeitos e mesmo agredi-los.
Barreira sob revisão
Israel disse ontem que ignorará
decisão prevista para sexta da
Corte Internacional de Justiça, tribunal ligado à ONU baseado em
Haia (Holanda), sobre a legalidade da barreira que o país ergue na
Cisjordânia ocupada. Segundo Israel, a barreira -um complexo
de muros, cerca de arame farpado
eletrificadas e fossos- visa proteger o país dos terroristas. Para os
palestinos, ela estabelece unilateralmente as fronteiras de Israel,
anexando terras palestinas.
"Não podemos aceitar o envolvimento externo", disse o chanceler israelense, Silvan Shalom.
"Acreditamos que Israel possa lidar com essa questão por sua própria conta.". Nesta semana, a Justiça do país ordenou a alteração
do trajeto da barreira porque ela
causava demasiado sofrimento
aos palestinos.
Com agências internacionais
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