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IRLANDA DO NORTE
Grupo protestante é suspeito
Dez igrejas
católicas são
incendiadas
ISABEL VERSIANI
de Londres
Dez igrejas católicas da Irlanda
do Norte foram incendiadas, em
ações criminosas, na madrugada
de ontem. Os atentados foram
atribuídos pela polícia ao grupo
paramilitar protestante Força Voluntária Legalista.
A onda de ataques às igrejas
aconteceu poucas horas depois de
a nova Assembléia da região ter se
reunido pela primeira vez e eleito
David Trimble -presidente do
Partido Unionista do Ulster- o
ministro-chefe da região.
Ordem Laranja
A tensão na Irlanda do Norte já
estava crescendo com a perspectiva de confrontação entre católicos
e protestantes no domingo. Nesse
dia, a Ordem Laranja -organização protestante- fará sua tradicional marcha pelas ruas da cidade de Portadown, a sudoeste de
Belfast (capital).
A comissão que regula as passeatas na Irlanda do Norte (que
são inúmeras e sempre dão margem a confrontos) estabeleceu que
a organização deveria alterar o seu
trajeto para não passar por uma
rua de católicos.
O grupo ameaçou desobedecer à
orientação e organizar, no dia,
protestos por toda a região.
Há dois anos, as autoridades da
Irlanda do Norte tentaram alterar
o roteiro da marcha da Ordem Laranja, o que gerou uma onda de
violência.
A Força Voluntária Legalista foi
criada em 1995 como uma dissidência do maior grupo paramilitar protestante, a Força Voluntária Unionista. Ela é formada por
cerca de 50 homens.
O primeiro atentado contra uma
igreja aconteceu às 23h30 de anteontem na rua Newtownards, em
Belfast. Uma hora e meia depois,
outra igreja em Mullavilly, na Província de Co Armagh, foi incendiada. Os ataques se repetiram ao
longo da noite por outras cidades,
destruindo, em alguns casos, igrejas centenárias.
O primeiro-ministro britânico,
Tony Blair, visitou a Irlanda do
Norte e afirmou que esperava que
"a voz da razão" prevalecesse.
Ele foi à cidade de Aldegrove para
ver uma das igrejas incendiadas e
encontrou o ministro-chefe David
Trimble.
Blair afirmou que as igrejas deverão ser reconstruídas com a ajuda do Estado.
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