São Paulo, Sábado, 03 de Julho de 1999
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"Não há provas", afirma partidário

da Redação

Não existem provas da culpa do general Augusto Pinochet no atentado que matou Orlando Letelier, afirma o editorialista do jornal chileno "El Mercurio", Hermógenes Perez de Arce, 63, advogado e partidário de Pinochet.
Ele afirma não acreditar que os EUA iniciem ação contra o ex-ditador. "Minha opinião é a de que não haverá nenhuma ação e, caso haja, não levará a nada", disse.
Editor do jornal "La Segunda" na época do governo Pinochet, ele diz ter conversado com o então ditador sobre o caso. "Ele se enfureceu quando sugeri que ele poderia ter envolvimento no crime."
Na época, uma comissão do governo chileno estava em Washington para pedir um empréstimo aos EUA. Segundo Perez, Pinochet afirmou que seria "loucura" ordenar um atentado quando mais precisava da ajuda norte-americana.
Ele diz que, para o general, a culpa do crime era da esquerda, que teria como objetivo "prejudicar as relações do governo com os EUA".
Para Perez, o general Pinochet foi quem mais colaborou para esclarecer o caso. "O governo chileno entregou aos EUA Mike Townley (agente da Dina, polícia política chilena). O governo, inclusive, excluiu esse caso da anistia decretada em 1978 para que o atentado fosse esclarecido."
Apesar do envolvimento de agentes da Dina, subordinada ao general, o editorialista diz acreditar que os participantes agiram por conta própria e que Pinochet não sabia de nada. (LARISSA PURVINNI)

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