São Paulo, domingo, 03 de setembro de 2000


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Estudantes admitem o uso de bombas
Associated Press
Estudante põe flores em portão da Universidade Nacional (Bogotá) em homenagem a policial morto



MARCELO BICALHO BEHAR
ESPECIAL PARA A FOLHA

A polícia colombiana invadiu anteontem a Universidade Nacional em busca de pistas a respeito do assassino de um policial morto quarta-feira. Encontraram no local explosivos e químicos inflamáveis na mão de estudantes.
A Associação Colombiana dos Estudantes Universitários (Aceu), de Bogotá, confirmou à Folha a existência de explosivos em posse dos estudantes.
A entidade alega que os explosivos são usados como "resistência contra a crescente ação violenta da polícia" e classificou repetidas vezes o assassinato do policial Mauricio Andrés Soto como "um desastre".
"Com a vinda do presidente Clinton, muitas entidades protestaram e entraram em choque com a polícia. Inclusive os estudantes. Lamentavelmente, um policial morreu nos confrontos", disse um membro da Aceu.
O diretor da polícia, general Luis Ernesto Gilibert, afirma que unidades da guerrilha operam no interior da universidade. Segundo o oficial, uma facção conhecida como "Guardias Rojos" -suposta infiltração da guerrilha no movimento estudantil- teria orientado o protesto dos estudantes no qual Soto foi assassinado.
Os estudantes negam a infiltração guerrilheira. "Isso não é verdade. Há alguns anos que o conflito entre governo e estudantes vem se tornando cada vez mais duro. Queremos que a universidade se mantenha pública e aberta ao debate, o governo não. Nossa luta é pacífica, não tem nada a ver com a guerrilha, é uma resistência civil, não militar", disse um estudante.
Indagado sobre os explosivos, o membro da Aceu disse: "Efetivamente, quando há atos em que há enfrentamentos com a polícia, os estudantes se utilizam de elementos explosivos. Não são o que os meios de comunicação apresentam, não são explosivos de um grupo terrorista, mas sim pequenas bombas caseiras feitas pelos estudantes em um ato de resistência contra uma polícia que já matou mais de 100 estudantes nos últimos sete anos".
"Foram pequenas bombas caseiras como imagino que fazem nas universidades do Brasil e da Argentina", disse o estudante da Universidade Nacional.





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