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São Paulo, sexta-feira, 03 de outubro de 2003

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ÁSIA

Para EUA, não há evidências; analistas acham que é tática

Coréia do Norte diz ter material para produzir bombas nucleares

DA REDAÇÃO

A Coréia do Norte anunciou ontem que terminou de reprocessar combustível nuclear suficiente para produzir bombas atômicas. Para analistas, no entanto, essa é mais uma tentativa do país de aumentar seu poder de negociação nas conversas com os EUA.
"Foi concluído com sucesso o reprocessamento de cerca de 8.000 barras de combustível nuclear", afirmou a Coréia do Norte em comunicado. O país alegou que vai continuar a dar ênfase à capacidade nuclear como dissuasor do comportamento hostil que acredita que os EUA adotem em relação ao seu regime comunista.
Choe Su-hon, vice-chanceler norte-coreano, disse que a tecnologia não será repassada a outros e minimizou as chances de haver novas negociações em breve. O enviado da ONU para a Coréia do Norte, porém, disse após se encontrar com Choe que o país está disposto a abandonar seu programa nuclear se houver garantia de não agressão por parte dos EUA.
Em Washington, o secretário de Estado, Colin Powell, afirmou que o governo americano não tem evidências de que o anúncio da Coréia do Norte seja factível. "Esta é a terceira vez que eles dizem ter terminado de reprocessar as barras. Não temos evidências."
O material que os norte-coreanos alegam ter reprocessado seria suficiente para produzir 20 bombas atômicas, mas, segundo um especialista sul-coreano, o país só teria capacidade de fazer cinco ou seis num prazo de seis meses.
Para analistas, o anúncio da Coréia do Norte sugere o uso da tática padrão para tentar forçar concessões dos EUA e pressionar a China, sua aliada, e também reforça a visão de que novas negociações poderão ocorrer logo.
"Isso é o que a Coréia do Norte sempre faz antes de negociar", disse Jin Canrong, da Universidade de Pequim (China). Canrong acredita que o governo chinês insistirá para que os norte-coreanos participem de mais uma rodada de negociações que incluam, além da própria China e dos EUA, o Japão, a Coréia do Sul e a Rússia.
A crise da Coréia do Norte ficou mais séria quando o país declarou há um ano que tinha enriquecido urânio. Depois, expulsou inspetores da ONU, deixou o Tratado de Não-Ploriferação e reativou o complexo nuclear de Yongbyon.


Com agências internacionais

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