|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ÁSIA
Para EUA, não há evidências; analistas acham que é tática
Coréia do Norte diz ter material para produzir bombas nucleares
DA REDAÇÃO
A Coréia do Norte anunciou
ontem que terminou de reprocessar combustível nuclear suficiente
para produzir bombas atômicas.
Para analistas, no entanto, essa é
mais uma tentativa do país de aumentar seu poder de negociação
nas conversas com os EUA.
"Foi concluído com sucesso o
reprocessamento de cerca de
8.000 barras de combustível nuclear", afirmou a Coréia do Norte
em comunicado. O país alegou
que vai continuar a dar ênfase à
capacidade nuclear como dissuasor do comportamento hostil que
acredita que os EUA adotem em
relação ao seu regime comunista.
Choe Su-hon, vice-chanceler
norte-coreano, disse que a tecnologia não será repassada a outros
e minimizou as chances de haver
novas negociações em breve. O
enviado da ONU para a Coréia do
Norte, porém, disse após se encontrar com Choe que o país está
disposto a abandonar seu programa nuclear se houver garantia de
não agressão por parte dos EUA.
Em Washington, o secretário de
Estado, Colin Powell, afirmou que
o governo americano não tem
evidências de que o anúncio da
Coréia do Norte seja factível. "Esta é a terceira vez que eles dizem
ter terminado de reprocessar as
barras. Não temos evidências."
O material que os norte-coreanos alegam ter reprocessado seria
suficiente para produzir 20 bombas atômicas, mas, segundo um
especialista sul-coreano, o país só
teria capacidade de fazer cinco ou
seis num prazo de seis meses.
Para analistas, o anúncio da Coréia do Norte sugere o uso da tática padrão para tentar forçar concessões dos EUA e pressionar a
China, sua aliada, e também reforça a visão de que novas negociações poderão ocorrer logo.
"Isso é o que a Coréia do Norte
sempre faz antes de negociar",
disse Jin Canrong, da Universidade de Pequim (China). Canrong
acredita que o governo chinês insistirá para que os norte-coreanos
participem de mais uma rodada
de negociações que incluam, além
da própria China e dos EUA, o Japão, a Coréia do Sul e a Rússia.
A crise da Coréia do Norte ficou
mais séria quando o país declarou
há um ano que tinha enriquecido
urânio. Depois, expulsou inspetores da ONU, deixou o Tratado de
Não-Ploriferação e reativou o
complexo nuclear de Yongbyon.
Com agências internacionais
Texto Anterior: Oriente Médio: Israel anuncia plano de expansão de assentamentos na Cisjordânia Próximo Texto: Guerra sem limites: Acusado de terror não pode pegar pena de morte nos EUA Índice
|