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GUERRA SEM LIMITES
Decisão de juíza é sanção a Washington, que quer impedir que réu use membros da Al Qaeda em sua defesa
Acusado de terror não pode pegar pena de morte nos EUA
DA REDAÇÃO
O governo americano sofreu
um duro revés na Justiça ontem.
Segundo decisão da juíza Leonie
Brinkema, do distrito de Richmond (Virgínia), o franco-marroquino Zacarias Moussaoui,
acusado de envolvimento no 11 de
Setembro, não poderá ser condenado à morte em seu julgamento
nos EUA. O governo pode apelar.
Moussaoui é o mais importante
acusado de terrorismo detido nos
EUA. O governo afirma que ele
seria o "20º sequestrador" dos
aviões usados nos atentados. Ele
só não teria participado por ter sido preso antes de eles ocorrerem.
Segundo a juíza, a decisão foi tomada porque o governo busca
impedir que Moussaoui utilize
como testemunhas três membros
da rede terrorista Al Qaeda -que
estão presos nos EUA.
"Como os EUA privou Moussaoui da oportunidade de apresentar um testemunho crítico dos
detidos [membros da Al Qaeda]
em um tema que envolve a defesa
de sua vida, determino, como
sanção, a eliminação da pena de
morte como uma possível sentença", afirmou a juíza.
Moussaoui ainda corre o risco
de pegar prisão perpétua.
Ela havia dado ordens anteriormente para que o governo atendesse ao pedido de Moussaoui para ter acesso às testemunhas.
O franco-marroquino afirma
que as testemunhas poderiam
provar que ele não teve envolvimento com o 11 de Setembro. O
governo americano diz que as testemunhas não podem depor porque informações de inteligência
poderiam vir a público.
Para a juíza, o réu tem o direito
de apresentar todas as provas que
possam isentá-lo de culpa.
Provas
Em outro revés, a juíza também
determinou que as provas que
mencionam Moussaoui como envolvido no 11 de Setembro não
poderão ser apresentadas.
Brinkema recusou ainda a tentativa da Promotoria de anular as
acusações, para que o caso fosse
levado para o tribunal de apelações, onde o processo poderia
correr mais rapidamente.
Os EUA ainda podem optar por
tirar o caso da Justiça civil e levar o
franco-marroquino para um tribunal militar, no qual o réu tem
menos liberdades para apresentar
a sua defesa.
Com agências internacionais
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