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GUERRA SEM LIMITES
DIPLOMACIA
ONU propõe autoridade interina afegã
Pelo plano, governo provisório durará seis meses; entidade quer envio de força de segurança
DA REDAÇÃO
A ONU alterou os seus planos
iniciais e propôs aos delegados
afegãos reunidos em Bonn (Alemanha) a criação de uma "autoridade interina" que assuma o país
até a convocação de uma Loya Jirga (grande assembléia), cuja abertura seria feita simbolicamente
pelo ex-rei Zahir Shah. O documento prevê também o envio de
uma força multinacional de segurança ao Afeganistão.
A "autoridade interina" seria
composta de 20 a 30 membros,
nomeados por um período de seis
meses. Paralelamente, haveria a
criação de um Tribunal Supremo,
responsável pela reforma judiciária, e de uma "comissão independente" de 21 pessoas, encarregada
de convocar a Loya Jirga, tradicional assembléia de notáveis afegãos. A Loya Jirga teria por missão designar um governo transitório de dois anos, ao cabo do
qual seriam realizadas eleições
democráticas no país.
O projeto da ONU foi apresentado no sábado à noite e formalizado ontem num texto de sete páginas, em três línguas (inglês,
pashtu e dari), segundo o seu porta-voz, Ahmad Fawzi. A ONU,
com a nova proposta, renunciou à
idéia de compor em Bonn um governo executivo e um corpo legislativo que teria de 120 a 200 membros. As delegações, sobretudo a
Aliança do Norte, estavam encontrando dificuldades para definir
sua lista de nomes.
A nova proposta só diminui as
dificuldades. A definição dos cargos principais da "autoridade interina" deve continuar um ponto
crítico dos debates em Bonn.
Burhanudin Rabbani, chefe político da Aliança do Norte, estaria
reivindicando a função de primeiro-ministro. Segundo diplomatas
presentes em Bonn, porém, ele
não é considerado "uma personalidade federalista" e seria incapaz
de aplacar as divergências entre
os afegãos.
O nome de Hamid Karzai, antigo vice-ministro das Relações Exteriores e partidário do ex-rei Zahir Shah, aparece cada vez mais
como opção para o cargo de chefe
de governo interino. Karzai encabeça grupo de combatentes pashtus anti-Taleban que está a noroeste de Candahar.
Segundo o porta-voz da ONU, o
projeto para a transição deve
substituir "o quanto antes" o gabinete atual do presidente Rabbani, que está em Cabul e é até agora
a única autoridade do país reconhecida internacionalmente.
O texto da ONU "faz referência
à necessidade de deslocamento de
uma força multinacional no prazo mais rápido possível", disse
Fawzi. As forças estrangeiras
apoiariam a segurança interna
feita pelos próprios afegãos.
"A comunidade internacional
pode auxiliar as forças afegãs,
atendendo à demanda da autoridade interina", afirmou o porta-voz.
A expectativa é que o projeto do
acordo esteja pronto até hoje. Na
última terça, no início da conferência, os delegados haviam fixado a meia-noite de sábado como
prazo final. Questionado ontem
se os trabalhos poderiam se atrasar mais, o porta- voz da ONU reconheceu: "Não sei".
Com agências internacionais
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