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Hizbollah agradece envio de dinheiro
DO ENVIADO ESPECIAL
Uma carta enviada do Líbano
ao comerciante libanês Sobhi
Mahmoud Fayed, preso no Paraguai, comprova que, apenas no
ano passado, ele remeteu mais de
US$ 3,5 milhões à Organização
Benéfica Social "O Mártir", ligada
ao grupo xiita Hizbollah.
O documento, escrito em árabe,
foi apreendido em 3 de outubro
na loja Apollo, em Ciudad del Este, pertencente ao libanês Assad
Ahmad Barakat, com quem Fayed trabalha.
O promotor Carlos Arregui Romero, do Ministério Público paraguaio, recebeu na semana passada a tradução da carta para o espanhol, feita pelo tradutor público Mohamad Kaied.
A tradução mostra que a carta
traz o título "A todos os que cumpriram com o chamado do enviado de Deus" e o seguinte texto:
"Colocamos em suas mãos os resultados diretos de sua colaboração para a manutenção dos órfãos
dos mártires, durante o ano de
2000. O total pago durante o ano
2000 alcançou a soma de US$
3.535.149".
A Organização Benéfica Social
"O Mártir" é responsável por cuidar das crianças cujos pais, considerados mártires, morreram em
combate com soldados israelenses ou em atos terroristas praticados por eles próprios.
Na edição de 26 de novembro, a
Folha informou que entre o material apreendido na loja de Barakat
havia mais de 60 horas de discursos em CDs e vídeos de Hassan
Nasrallah, o principal líder do
Hizbollah. Em um deles, Nasrallah conclama os fiéis a uma
"guerra santa" e pede sacrifícios
humanos, como "explodir seus
corpos contra os inimigos", para
libertar o território palestino.
Barakat é acusado pelas autoridades paraguaias de recrutar militantes para o Hizbollah. Existe
uma ordem de prisão expedida
contra ele pela Polícia Nacional
paraguaia, que foi enviada à Interpol há mais de um mês, mas que
ainda não havia sido recebida pela
Polícia Federal brasileira no final
da semana passada.
Ele e Fayed constam nos arquivos da CIA (agência de inteligência norte-americana) como suspeitos de serem elementos do terrorismo internacional na região
da tríplice fronteira.
Fayed foi preso no Paraguai, em
1998, na frente da embaixada
americana, após ter um pedido de
visto negado, mas acabou liberado por falta de provas.
Há cerca de um mês ele foi preso novamente, desta vez em Ciudad del Este, acusado de formação de quadrilha, apologia do crime, evasão de divisas e pirataria.
O governo norte-americano
suspeita que a pirataria de produtos eletroeletrônicos seja a principal fonte de financiamento dos
árabes da região da tríplice fronteira que colaboram com o terrorismo internacional.
Na última quinta-feira pela manhã, o general Gary Speer, comandante interino do Comando
do Sul do Exército dos Estados
Unidos, pediu ao presidente paraguaio, Luiz González Macchi, que
tome atitudes para combater a
falsificação de produtos em Ciudad del Este.
Imediatamente, o presidente
determinou a ida do comissário
Pedro Contreras Cuba, chefe do
Departamento de Delitos Econômicos e Financeiros da Polícia
Nacional do Paraguai, ao local.
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