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ENERGIA
Empresa, sétima maior dos EUA e parceira de brasileiras, entra na Justiça com maior requisição de quebra do país
Enron tem pedido histórico de falência
DA REDAÇÃO
A Enron, gigante americana do
setor de energia e gás, entrou com
pedido de falência na Justiça e
anunciou que vai processar sua rival Dynegy, que desistiu de comprar a empresa na semana passada. No processo, a Enron deve pedir indenização de US$ 10 bilhões
por quebra de contrato.
Esse é o maior pedido de falência da história americana. Com
ativos de US$ 62 bilhões, a Enron
é a sétima maior companhia dos
Estados Unidos. A empresa responde por 25% de todos os negócios com energia e gás dos EUA.
No Brasil, a Enron participa de
empresas como a CEG, do Rio de
Janeiro, e a Elektro, de São Paulo.
Venda da empresa
Pela lei americana, o pedido de
falência dá tempo para a empresa
tentar renegociar dívidas. Enquanto isso, a empresa vai tocar
seu processo com a Dynegy e buscar novas fontes de financiamento. A Enron diz que mantém
"conversas ativas" para obter novos recursos. Com isso, espera facilitar a venda de todos seus negócios na área de energia.
"Estamos confiantes em que o
negócio pode ser colocado de pé,
de maneira sólida, novamente",
disse Greg Whaley, presidente da
Enron. "Obviamente, nossos possíveis parceiros têm a mesma confiança, uma vez que estão negociando conosco."
Maior empresa atacadista de
energia dos EUA, a Enron pegou
o mercado financeiro de surpresa
quando anunciou, em outubro,
perdas de US$ 1,2 bilhão. O preço
de suas ações desabou, a empresa
começou a ser investigada e foi
forçada a demitir sua diretoria.
Seu colapso foi rápido. Com dívidas de US$ 13 bilhões, a Enron
ficou sem crédito bancário. Sua
última salvação poderia ser a
compra por uma concorrente
menor, a Dynegy. Em 9 de novembro, a rival ofereceu US$ 9,4
bilhões pela Enron, mas acabou
desistindo do negócio na semana
passada. A Enron vai processar a
Dynegy por quebra de contrato.
Investigações
A Enron foi uma das empresas
que mais se beneficiou da desregulamentação do mercado de
energia dos EUA e da alta dos preços no ano passado. Em 2000, a
energia no mercado atacadista subiu de US$ 32 para US$ 317.
Em 2001, porém, a recessão nos
EUA provocou uma redução nos
preços da energia, o que levou a
Enron a enfrentar dificuldades.
Sua queda foi tão rápida e surpreendente que a SEC (Securities
and Exchange Commission), que
supervisiona o mercado financeiro, está investigando a contabilidade da empresa.
No Congresso americano, o diretor da Comissão de Energia e
Comércio da Câmara dos Deputados, Billy Tauzin, vai realizar
audiências sobre as práticas contábeis da Enron e sobre os eventuais problemas que a empresa
pode trazer para outras companhias do setor. A Enron deve US$
600 milhões a outras empresas.
Com agências internacionais
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