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ANÁLISE
Argentinos tentam segurança em bancos multinacionais
MARCELO MOTA
DA REPORTAGEM LOCAL
Os argentinos buscaram
segurança nos bancos multinacionais para evitar o risco de terem o dinheiro preso em uma instituição quebrada. Há esperança
de que as matrizes estrangeiras
salvem as subsidiárias argentinas
da falta de dinheiro quando elas
reabrirem.
Segundo o gerente-geral do Banco do Brasil na Argentina, Evandro Lopes, a imagem de solidez da
instituição fez com que os depósitos dobrassem em dezembro. Em
três semanas, entraram R$ 10 milhões. A maior parte desse dinheiro foi transferida de outras instituições, quando já não era possível
sacar os recursos.
Desde 19 de dezembro o mercado financeiro argentino está fechado por feriados sucessivos. Teme-se que, na reabertura, os bancos não dêem conta de todos os
pedidos de saque e quebrem por
falta de liquidez. "Havia US$ 68 bilhões depositados e US$ 10 bilhões
em circulação. Mas grande parte
do que está com os bancos foi
imobilizado", diz Lopes.
O Banco do Brasil não seria alvo
de uma corrida aos bancos. Tem
apenas uma agência no centro financeiro de Buenos Aires, onde
atende a cerca de 600 empresas
brasileiras ou que mantêm relacionamento comercial estreito
com o Brasil.
Mas a imagem de segurança é a
mesma que teria levado os correntistas a transferirem o que puderam para grandes conglomerados.
Ontem, já surgiam rumores de
que os espanhóis Santander e Bilbao Viszcaya transferirão US$ 900
milhões para salvar suas subsidiárias. O cálculo da necessidade de
caixa dos dois bancos partiu de
um estudo divulgado pelo Morgan Stanley.
Para Lopes, não há garantia de
que esses recursos serão enviados
pelas matrizes dos bancos. "A solução vai ter que estar dentro da
Argentina". Nem uma pressão do
governo argentino, segundo ele,
convenceria os controladores internacionais a enviarem mais dinheiro para Argentina, que lhes
está impondo tantas perdas.
No Banco Itaú, que tem presença maciça no país vizinho por
meio do Itau Buen Ayre, as perdas
foram provisionadas já no balanço
de setembro deste ano. Para o provável crescimento da inadimplência após o fim da paridade do peso
com o dólar, o Itaú conta com o
excedente de R$ 680 milhões na
provisão para créditos de liquidação duvidosa.
Para o consultor e ex-presidente
do Banco Central (BC) Gustavo
Loyola, se os ativos em que as instituições colocaram esse dinheiro
forem de boa qualidade, tudo de
que os bancos precisarão para
honrarem seus compromissos e
sobreviverem é tempo"
Com agências internacionais
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