São Paulo, sexta-feira, 04 de janeiro de 2002

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Ruckauf critica Mercosul antes da posse

DA REDAÇÃO

Um ataque ao Mercosul, assim foi a primeira declaração do novo ministro das Relações Exteriores da Argentina, Carlos Ruckauf. O ex-governador da Província de Buenos Aires disse que o bloco econômico tem "gravíssimos inconvenientes", mas que ele está disposto a "trabalhar esses problemas".
Em declarações pela manhã à Rádio 10 da Argentina, antes mesmo de sua posse, Ruckauf lembrou o ex-ministro da Economia de seu país, Domingo Cavallo, que criticava recorrentemente o Mercosul.
"Cada país defende seus interesses e o que a Argentina tem de fazer é defender os seus. Não chorar pelas medidas protecionistas de outros países e sim levantar suas próprias", disse ele.
Em seu discurso de posse, Ruckauf disse que a rispidez de suas declarações em relação ao Brasil são normais, pois "não existem relações sem desavenças".
Ele também defendeu a posição de seu país que quer negociar paralelamente acordos como o tratado de livre comércio entre a União Européia (UE) e o Mercosul e a Área de Livre Comércio das Américas (Alca).
"Não vejo por que não é possível sermos polígamos. Pelo menos em política exterior e econômica isso deve ser permitido", disse ele.
Na próxima quarta-feira, Ruckauf e o ministro das Relações Exteriores brasileiro, Celso Lafer, vão liderar uma reunião com outros ministros do Mercosul e depois almoçarão juntos no Itamaraty. No mesmo dia, à tarde, Ruckauf terá encontro com FHC.

FHC
O presidente Fernando Henrique Cardoso foi cauteloso no apoio às medidas econômicas que serão adotadas pela Argentina.
"Nós vamos ver como o povo da Argentina reage a essas medidas. Acho que a Argentina está fazendo um esforço sobre-humano. É necessário fazer. Nós vamos então, a partir daí, dar a solidariedade pertinente", disse FHC.
Ele assegurou que os acordos do Mercosul serão retomados, agora que a Argentina ocupará a presidência rotativa do bloco, substituindo o Uruguai -há um revezamento entre os países.


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