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Ruckauf critica Mercosul antes da posse
DA REDAÇÃO
Um ataque ao Mercosul, assim
foi a primeira declaração do novo
ministro das Relações Exteriores
da Argentina, Carlos Ruckauf. O
ex-governador da Província de
Buenos Aires disse que o bloco
econômico tem "gravíssimos inconvenientes", mas que ele está
disposto a "trabalhar esses problemas".
Em declarações pela manhã à
Rádio 10 da Argentina, antes mesmo de sua posse, Ruckauf lembrou o ex-ministro da Economia
de seu país, Domingo Cavallo,
que criticava recorrentemente o
Mercosul.
"Cada país defende seus interesses e o que a Argentina tem de fazer é defender os seus. Não chorar
pelas medidas protecionistas de
outros países e sim levantar suas
próprias", disse ele.
Em seu discurso de posse, Ruckauf disse que a rispidez de suas
declarações em relação ao Brasil
são normais, pois "não existem
relações sem desavenças".
Ele também defendeu a posição
de seu país que quer negociar paralelamente acordos como o tratado de livre comércio entre a
União Européia (UE) e o Mercosul e a Área de Livre Comércio das
Américas (Alca).
"Não vejo por que não é possível sermos polígamos. Pelo menos em política exterior e econômica isso deve ser permitido",
disse ele.
Na próxima quarta-feira, Ruckauf e o ministro das Relações Exteriores brasileiro, Celso Lafer,
vão liderar uma reunião com outros ministros do Mercosul e depois almoçarão juntos no Itamaraty. No mesmo dia, à tarde, Ruckauf terá encontro com FHC.
FHC
O presidente Fernando Henrique Cardoso foi cauteloso no
apoio às medidas econômicas que
serão adotadas pela Argentina.
"Nós vamos ver como o povo da
Argentina reage a essas medidas.
Acho que a Argentina está fazendo um esforço sobre-humano. É
necessário fazer. Nós vamos então, a partir daí, dar a solidariedade pertinente", disse FHC.
Ele assegurou que os acordos do
Mercosul serão retomados, agora
que a Argentina ocupará a presidência rotativa do bloco, substituindo o Uruguai -há um revezamento entre os países.
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