São Paulo, sexta-feira, 04 de janeiro de 2002

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Brasil vai enviar remédio ao vizinho

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo vai enviar insulina e medicamentos para Aids e câncer para a Argentina nos próximos dias para aliviar o problema de desabastecimento de medicamentos no país vizinho, causado pela falta de crédito do país, que decretou moratória.
De acordo com o governador da província de Córdoba, José Manuel de la Sota, o país está com problemas para conseguir insumos no mercado internacional para produzir esses medicamentos.
De la Sota transmitiu o pedido do presidente argentino Eduardo Duhalde ao presidente Fernando Henrique Cardoso (Brasil) ontem, ao fazer a exposição das medidas econômicas que serão anunciadas hoje na Argentina.
De acordo com o ministro das Relações Exteriores, Celso Lafer, que participou da reunião de De la Sota com o presidente no Palácio da Alvorada, o pedido foi encaminhado para o Ministério da Saúde, que nos próximos dias vai detalhar como será feita a ajuda.
Segundo De la Sota, Fernando Henrique telefonou imediatamente ao Ministério da Saúde para determinar que as providências fossem tomadas. De acordo com o interlocutor argentino, a ajuda será provisória, e os medicamentos serão devolvidos.
De la Sota não detalhou, porém, como será feita a devolução dos medicamentos, nem a quantidade necessária para resolver o problema de desabastecimento na Argentina.
Segundo De la Sota, com as medidas que serão anunciadas hoje, o presidente Duhalde está tentando dividir o custo da crise entre toda a sociedade. "A crise é tão grave que o país não vai sair dela sem muito esforço e aqueles que mais têm terão de fazer mais esforços", disse.
"O apoio do Brasil é muito importante, porque o relacionamento comercial e político entre Brasil e Argentina é muito importante", disse De la Sota.
O ministro Lafer disse que o presidente Fernando Henrique manifestou total apoio ao país vizinho, mas que não foi oferecido outro tipo de ajuda, além do envio de medicamentos. "Eles só nos pediram ajuda para os medicamentos e apoio para as medidas", disse Lafer.


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