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A MORTE DO PAPA
Infecção generalizada foi causa da morte, diz atestado
Fragilizado por outras doenças, o papa morreu por causa de um choque séptico
DA REDAÇÃO
O atestado de óbito liberado
ontem pelo Vaticano certifica que
uma septicemia, com colapso cardiocirculatório irreversível, foi a
causa da morte de João Paulo 2º,
no sábado às 16h37, horário de
Brasília. O certificado listava os
problemas de saúde que atingiam
o papa ao final de sua vida e reconhecia oficialmente, pela primeira vez, que ele sofria de mal de
Parkinson.
A septicemia é conhecida popularmente como envenenamento
do sangue causado pelas toxinas e
bactérias de uma infecção urinária que se disseminaram pela corrente sangüínea do pontífice.
Com a infecção atingindo o sangue e os tecidos do sistema circulatório, o organismo é danificado
e a pressão arterial cai a níveis potencialmente letais.
Ao morrer, João Paulo 2º apresentava problemas cardíacos, como hipertensão e fluxo sangüíneo
irregular, hipertrofia benigna da
próstata (disfunção não-cancerígena) e falência dos rins, causada
por uma infecção no trato urinário contraída na semana passada,
além de insuficiência respiratória
aguda -que foi motivo para a
realização de uma traqueostomia.
A confirmação da morte foi feita por uma máquina de monitoração da atividade cardíaca. O papa foi declarado morto logo depois de 20 minutos da checagem
do coração, diz o documento, que
foi assinado pelo médico pessoal
do papa Renato Buzzonetti.
Os últimos anos do longo papado de Karol Wojtyla foram marcados pela luta contra várias
doenças, agravadas pelo mal de
Parkinson.
Problemas antigos
O primeiro grande problema e
início da deterioração da saúde de
Wojtyla aconteceu em 1981,
quando sofreu um atentado, no
Vaticano, e levou dois tiros que o
atingiram no abdômen, na mão
esquerda e no braço direito. Passou 20 dias internado, chegou a
receber a unção dos enfermos e
nunca se recuperou totalmente.
No mesmo ano, o papa teve infecção provocada por transfusão
de sangue contaminado, o que
demandou nova internação. Em
1992, aos 72 anos, teve extraídos
um tumor benigno, a vesícula biliar e 15 centímetros do intestino.
No ano seguinte, deslocou o ombro direito ao cair de uma escada.
Desenvolveu artrite no joelho direito e nos quadris após quebrar o
fêmur, em 1994. Em 1996, teve o
apêndice retirado.
Os sintomas do mal de Parkinson, doença degenerativa que debilitou o pontífice, surgiram também em 1996. Tremores na mão
esquerda e paralisia nos músculos da face eram sinais do problema. No início deste ano, o papa
começou a ter dificuldade de respirar e se alimentar.
Debilitado, contraiu gripe e foi
internado em fevereiro. Foi submetido a traqueostomia -incisão de um tubo na traquéia para
que o ar entrasse nos pulmões. A
última intervenção foi a inserção
de uma sonda no nariz, nesta semana, pela qual passou a ser alimentado.
Com agências internacionais
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