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Corpo de João Paulo 2º é embalsamado
DEBORAH GIANNINI
DA REVISTA
O papa João Paulo 2º foi embalsamado, para manter a aparência.
A principal diferença em relação à
mumificação, de acordo com Orlando Fermozelli, professor de
patologia da PUC-SP (Pontifícia
Universidade Católica de São
Paulo) e médico-legista do IML
(Instituto Médico Legal) de Sorocaba, é que a segunda técnica é
provocada pela desidratação e
não mantém o aspecto físico do
cadáver -que fica com a pele escura e enrugada.
A primeira, por sua vez, se dá
por meio da introdução de substâncias químicas no corpo e preserva sua aparência.
A técnica do embalsamamento
consiste em injetar no corpo uma
combinação de substâncias (entre
elas, formol, acetato de sódio e glicerina) capazes de inibir as enzimas liberadas pelas células mortas, impedindo assim a proliferação de bactérias (putrefação) que
se inicia logo após a morte.
"Normalmente, essas substâncias são injetadas pela artéria femural e o processo leva em torno
de cinco horas", afirma Fermozelli. Segundo ele, não é possível
prever por quanto tempo um corpo embalsamado será conservado. No Brasil, não há experiência
na técnica.
"Aqui, nós utilizamos a formolização, técnica mais simplificada
em que é injetado apenas o formol, e o cadáver é conservado por
no máximo quatro dias. Geralmente, é usada para corpos que
têm que ser transportados por
avião", diz Fermozelli.
Egito
O embalsamamento era utilizado na mumificação no Egito, onde se retiravam os órgãos do corpo, que depois era envolto em ervas balsâmicas e sal, que provocava sua desidratação.
Na técnica de embalsamamento
atual, não é necessária a retirada
dos órgãos. "O objetivo dessa prática era evitar a putrefação, que
começa pelo intestino, órgão em
que há a maior concentração de
bactérias", afirma o médico.
Tradicionalmente, ao longo da
história, o embalsamamento era
feito de fora para dentro, ou seja,
o cadáver era envolto em uma espécie de colchão feito de serragem, carvão vegetal, permanganato de potássio, cânfora e naftalina e, em seguida, colocado em local fechado (caixão) por 20 dias.
Já a mumificação preservava os
corpos por meio da desidratação,
que impedia a ação das bactérias.
Nem as bactérias são capazes de
viver sem água.
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