São Paulo, segunda-feira, 04 de abril de 2005

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Celebração na catedral da Sé reúne fiéis e autoridades

DO "AGORA"

A missa em homenagem ao papa João Paulo 2º realizada na catedral da Sé, centro de São Paulo, na tarde de ontem, reuniu cerca de mil pessoas -ao menos cem delas em pé- e contou com a presença de políticos como o governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP), o prefeito de São Paulo, José Serra, o senador Eduardo Suplicy (PT), além de representantes das comunidades islâmica e judaica.
Às 15h, d. Benedito Beni dos Santos, bispo auxiliar de São Paulo, assumiu o lugar que deveria ser do cardeal d. Cláudio Hummes, arcebispo de São Paulo. Sem explicar o motivo da ausência de Hummes -gripado-, d. Benedito começou o rito da missa.
No altar, havia uma foto do pontífice em um pedestal. O clima entre os fiéis na igreja era de tristeza e abatimento.
Ao se referir a João Paulo 2º, d. Benedito afirmou que ele será lembrado por ter sido o "papa da família". O bispo auxiliar disse também que o pontífice morto fez questão de ficar durante três horas ajoelhado diante do túmulo de Cristo, em visita feita à Terra Santa, no ano de 2000.
D. Benedito leu um comunicado enviado por d. Cláudio. "Esse papa foi um dos maiores papas da igreja", dizia o texto.
O prefeito José Serra disse que o pontífice foi "o maior político do último quarto de século". "Política naquilo que ela tem de melhor: a luta pela liberdade, pela paz, pela justiça social, pela tolerância", afirmou o prefeito tucano.
Serra ressaltou ainda o fato de o papa João Paulo 2º ter sido um homem de diálogo:
"João Paulo 2º, hoje nos braços do Senhor, foi o homem do diálogo: diálogo entre os povos, diálogo entre as nações, diálogos entre as religiões. Ele se foi, mas continuará vivendo entre nós por meio de seu exemplo para todo o mundo, todos os povos, todas as nações, todas as pessoas".
Já o governador Geraldo Alckmin lembrou que foi o papa quem canonizou madre Paulina. Além disso, ressaltou seu caráter missionário. "Um papa missionário, o papa da catequese, que percorreu o mundo levando a palavra de Deus e a evangelização", disse.

Fiéis
"Foi um papa que abriu o diálogo entre os religiosos", disse o professor de árabe Hadi ai Khalifa, 41, da comunidade islâmica em São Paulo. Alguns choravam, como a doméstica Maria dos Anjos da Silva, 47. "Nunca haverá outro igual." Durante a missa, ela segurou fotos e imagens de João Paulo 2º em diferentes idades.
Frades franciscanos da Toca de Assis também levaram recortes e pôsteres de jornais. "É uma forma simples, mas verdadeira, de demonstrar o carinho", disse o irmão Fratelo. (CLAYTON FREITAS)


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