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Celebração na catedral da Sé reúne fiéis e autoridades
DO "AGORA"
A missa em homenagem ao papa João Paulo 2º realizada na catedral da Sé, centro de São Paulo, na
tarde de ontem, reuniu cerca de
mil pessoas -ao menos cem delas em pé- e contou com a presença de políticos como o governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP), o prefeito de São Paulo, José
Serra, o senador Eduardo Suplicy
(PT), além de representantes das
comunidades islâmica e judaica.
Às 15h, d. Benedito Beni dos
Santos, bispo auxiliar de São Paulo, assumiu o lugar que deveria
ser do cardeal d. Cláudio Hummes, arcebispo de São Paulo. Sem
explicar o motivo da ausência de
Hummes -gripado-, d. Benedito começou o rito da missa.
No altar, havia uma foto do
pontífice em um pedestal. O clima
entre os fiéis na igreja era de tristeza e abatimento.
Ao se referir a João Paulo 2º, d.
Benedito afirmou que ele será
lembrado por ter sido o "papa da
família". O bispo auxiliar disse
também que o pontífice morto fez
questão de ficar durante três horas ajoelhado diante do túmulo de
Cristo, em visita feita à Terra Santa, no ano de 2000.
D. Benedito leu um comunicado enviado por d. Cláudio. "Esse
papa foi um dos maiores papas da
igreja", dizia o texto.
O prefeito José Serra disse que o
pontífice foi "o maior político do
último quarto de século". "Política naquilo que ela tem de melhor:
a luta pela liberdade, pela paz, pela justiça social, pela tolerância",
afirmou o prefeito tucano.
Serra ressaltou ainda o fato de o
papa João Paulo 2º ter sido um
homem de diálogo:
"João Paulo 2º, hoje nos braços
do Senhor, foi o homem do diálogo: diálogo entre os povos, diálogo entre as nações, diálogos entre
as religiões. Ele se foi, mas continuará vivendo entre nós por meio
de seu exemplo para todo o mundo, todos os povos, todas as nações, todas as pessoas".
Já o governador Geraldo Alckmin lembrou que foi o papa quem
canonizou madre Paulina. Além
disso, ressaltou seu caráter missionário. "Um papa missionário,
o papa da catequese, que percorreu o mundo levando a palavra de
Deus e a evangelização", disse.
Fiéis
"Foi um papa que abriu o diálogo entre os religiosos", disse o
professor de árabe Hadi ai Khalifa, 41, da comunidade islâmica em
São Paulo. Alguns choravam, como a doméstica Maria dos Anjos
da Silva, 47. "Nunca haverá outro
igual." Durante a missa, ela segurou fotos e imagens de João Paulo
2º em diferentes idades.
Frades franciscanos da Toca de
Assis também levaram recortes e
pôsteres de jornais. "É uma forma
simples, mas verdadeira, de demonstrar o carinho", disse o irmão Fratelo.
(CLAYTON FREITAS)
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