São Paulo, segunda-feira, 04 de abril de 2005

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Católicos fazem homenagem na Terra Santa

MICHEL GAWENDO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM JERUSALÉM

Centenas de católicos, a maioria árabe, participaram ontem de missas em homenagem ao papa em Jerusalém, Nazaré e Belém, cidades em Israel e na Cisjordânia consideradas pelo cristianismo como parte da Terra Santa.
O papa também foi lembrado por líderes políticos e religiosos judeus por ter combatido o anti-semitismo e promovido o entendimento entre as duas religiões.
A principal cerimônia de Jerusalém foi realizada na Igreja do Santo Sepulcro, local onde, segundo a tradição, ocorreu a crucificação de Jesus.
"Peguei um dia de folga para homenagear o papa. Ele foi um homem muito bom, que defendeu os pobres", disse Maria Pranan, 25, católica filipina que é empregada doméstica em Tel Aviv.
Em Belém, algumas lojas colocaram fotos do papa nas vitrines e panos pretos em sinal de luto. Na Igreja da Natividade, a missa com cerca de 200 participantes teve caráter também político. Católicos levaram bandeiras palestinas.
"O papa esteve aqui em 2000 e beijou a terra palestina. Ele foi recebido aqui por Iasser Arafat e ajudou a nossa causa pela independência", disse um palestino que se identificou como Josef.
Na Igreja da Anunciação, em Nazaré, no norte de Israel, a missa foi conduzida pelo patriarca latino, Michel Sabbah.
"Ele sempre falou sobre justiça e paz. Espero que sua alma encontre a paz", disse Sabbah.
Os cristãos são minoria na Terra Santa. Segundo dados do Ministério do Interior israelense, vivem no país 160 mil cristãos, entre árabes e trabalhadores estrangeiros asiáticos e africanos. Em Belém, são pouco mais de 20 mil.
Políticos e líderes religiosos de Israel elogiaram ontem o papa João Paulo 2º. O premiê israelense, Ariel Sharon, abriu a reunião de gabinete comentando a morte do papa. "O papa João Paulo 2º foi um homem de paz, um amigo do povo judeu. O mundo perdeu ontem [anteontem] um dos líderes mais importantes dos nossos tempos, cuja contribuição para a união das pessoas, união das nações, entendimento e tolerância nos acompanhará por muitos anos adiante", afirmou.


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