São Paulo, sábado, 04 de maio de 2002

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Ministro do gabinete de Arafat renuncia

DA REDAÇÃO

O ministro do gabinete palestino Nabil Amr renunciou ontem, durante a primeira reunião ministerial da Autoridade Nacional Palestina (ANP) desde o início da ofensiva militar israelense, em 29 de março. Em Nablus, ação do Exército de Israel resultou na morte de dois militantes palestinos e um soldado israelense.
Amr, que era ministro para assuntos parlamentares, e outros altos funcionários da administração de Iasser Arafat falaram sobre a necessidade de reestruturação do governo da ANP. Não entraram, porém, em detalhes sobre as reformas que acham necessárias, temendo irritar Arafat.
Após 19 meses de Intifada, é grande a insatisfação com o governo nos territórios da Cisjordânia e da faixa de Gaza - embora Arafat tenha recuperado popularidade ao sobreviver ao cerco militar israelense em Ramallah.
Tropas israelenses fizeram incursões em Nablus ontem, matando integrante do grupo extremista Hamas e um policial palestino. Um major israelense também morreu numa operação perto da casbah (mercado no bairro antigo), em que ficaram feridos dois combatentes de cada lado.
A ação obedece ao que parece ser a nova lógica militar de Israel na Cisjordânia. Após desocupar as principais localidades palestinas, dizendo estar destruindo células terroristas, o Exército se retirou, mas continua cercando as cidades. A cada vez que recebe informações sobre o paradeiro de militantes inimigos, unidades de elite lançam novas incursões, de algumas horas de duração.
As tropas entraram às 4h e se dirigiram a edifício no centro de Nablus. Dispararam com tanques e metralhadoras. Os palestinos responderam com tiros. O Exército disse ter encontrado duas fábricas de bombas e um carro cheio de armamentos no prédio.
Adnan Asfour, um dos líderes do Hamas em Nablus, afirmou que o ataque israelense era contraproducente: "O que está acontecendo aumenta nossa determinação para continuar a luta, até a conquista de nosso objetivos, como um Estado independente".

Belém
Em Belém, onde continua o cerco militar iniciado em 2 de abril a homens armados que buscaram refúgio na igreja da Natividade, quatro policiais palestinos, enfraquecidos pela falta de alimentos, deixaram o local e foram levados a interrogatório.
Cerca de 30 militantes palestinos e outras dezenas de pessoas, incluindo monges e freiras, continuam no interior da igreja que abriga a gruta onde, segundo a tradição cristã, nasceu Jesus.
Nas negociações, Israel exige que os homens armados saiam da igreja e rendam-se ou sejam enviados ao exílio. Autoridades palestinas propõem que eles sejam transferidos à faixa de Gaza. O prefeito de Belém, Hanna Nasser, sugere que sejam transferidos a prisão sob tutela internacional.


Com agências internacionais

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