São Paulo, segunda-feira, 04 de junho de 2001

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Vitória fortalece a Comissão da Verdade

DO ENVIADO ESPECIAL

A vitória de Alejandro Toledo dá mais força à Comissão da Verdade, instituição civil que investiga crimes contra direitos humanos no governo autoritário de Alberto Fujimori (1990-2000).
Estima-se que mais de 10 mil pessoas desapareceram por ação do serviço secreto montado pelo braço-direito de Fujimori, Vladimiro Montesinos. Os dois estão foragidos: Fujimori aproveitou-se de sua cidadania japonesa e está em Tóquio. Montesinos está foragido e é acusado de ter desviado mais de US$ 500 milhões de dinheiro público.
Oficialmente, o serviço secreto servia para combater os guerrilheiros dos grupos Sendero Luminoso e Movimento Revolucionário Túpac Amaru, ambos desmantelados durante o governo Fujimori. Em 1995, Fujimori baixou uma anistia para os oficiais do Exército acusados de abusos no combate à guerrilha. Uma das discussões da comissão é a anulação dessa anistia para os oficiais graduados.
De acordo com as investigações, o serviço secreto fujimorista tinha uma folha de pagamento de US$ 10 milhões para espiões e informantes -ou seja, cerca de 10 mil pessoas trabalhando para o governo. Mais de 200 mil pessoas estavam fichadas no regime, e milhares eram vigiadas.
Toledo também foi vigiado por espiões de Fujimori. Ele defendeu que as investigações da comissão sejam levadas ao Judiciário para julgamento dos envolvidos.
Na sexta-feira, congressistas divulgaram um vídeo em que Fujimori tinha conhecimento das ações do seu serviço secreto. O material seria usado como prova em processo que acusa o ex-presidente de crime contra a humanidade, o mesmo termo jurídico usado contra o ex-ditador chileno Augusto Pinochet. (TT)


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