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Vitória fortalece a Comissão da Verdade
DO ENVIADO ESPECIAL
A vitória de Alejandro Toledo dá mais força à Comissão da Verdade, instituição
civil que investiga crimes
contra direitos humanos no
governo autoritário de Alberto Fujimori (1990-2000).
Estima-se que mais de 10
mil pessoas desapareceram
por ação do serviço secreto
montado pelo braço-direito
de Fujimori, Vladimiro
Montesinos. Os dois estão
foragidos: Fujimori aproveitou-se de sua cidadania japonesa e está em Tóquio.
Montesinos está foragido e é
acusado de ter desviado
mais de US$ 500 milhões de
dinheiro público.
Oficialmente, o serviço secreto servia para combater
os guerrilheiros dos grupos
Sendero Luminoso e Movimento Revolucionário Túpac Amaru, ambos desmantelados durante o governo
Fujimori. Em 1995, Fujimori
baixou uma anistia para os
oficiais do Exército acusados
de abusos no combate à
guerrilha. Uma das discussões da comissão é a anulação dessa anistia para os oficiais graduados.
De acordo com as investigações, o serviço secreto fujimorista tinha uma folha de
pagamento de US$ 10 milhões para espiões e informantes -ou seja, cerca de
10 mil pessoas trabalhando
para o governo. Mais de 200
mil pessoas estavam fichadas no regime, e milhares
eram vigiadas.
Toledo também foi vigiado por espiões de Fujimori.
Ele defendeu que as investigações da comissão sejam levadas ao Judiciário para julgamento dos envolvidos.
Na sexta-feira, congressistas divulgaram um vídeo em
que Fujimori tinha conhecimento das ações do seu serviço secreto. O material seria
usado como prova em processo que acusa o ex-presidente de crime contra a humanidade, o mesmo termo
jurídico usado contra o ex-ditador chileno Augusto Pinochet.
(TT)
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