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Imprensa oficial silencia sobre aceitação do acordo
das agências internacionais
A população de Belgrado teve
pouco acesso ontem ao noticiário
sobre as concessões anunciadas
pelo presidente Slobodan Milosevic, que aceitou o plano de paz proposto pelo Ocidente.
Nenhum meio de comunicação
oficial divulgou o texto do acordo
aprovado pelo Parlamento sérvio.
Mas parte dos iugoslavos, principalmente os que têm acesso à Internet, ficaram sabendo das notícias que podem levar à suspensão
dos bombardeios da Otan, que já
duram mais de dois meses.
A rádio privada Studio B, captada em alguns bairros da capital, foi
a única a levar ao ar os pontos
principais do documento, já na
noite de ontem.
Muitos sérvios, tanto da oposição política quanto simpatizantes
do governo, disseram que o país
não precisava ter passado por tanta morte e destruição para terminar aceitando um plano de paz
com termos semelhantes ao recusado na reunião de Rambouillet,
na França, em fevereiro.
"Milhares de pessoas morreram,
a infra-estrutura do país foi destruída e sofremos enormes perdas
materiais", disse ontem Zoran Zivkovic, o prefeito da cidade de Nis
(terceira maior cidade iugoslava),
que se opõe a Milosevic.
As críticas -parte dos iugoslavos viram o gesto do governo como uma "capitulação" perante os
EUA- eram seguidas de declarações de alívio. "É o fim da guerra",
comentou, sem muita empolgação, um vendedor de sorvetes no
centro de Belgrado.
Um empresário, que teve de fechar sua empresa de comércio exterior devido às sanções econômicas internacionais, disse à agência
de notícias "Efe" que espera melhorias nos negócios com a reconstrução do país. "Isso se chegarem
os investimentos de fora."
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