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SOB PROTESTO
Expectativa é que projeto passe a vigorar até o final do mês, depois de passar pelo Senado; discussão durou 19 dias
Câmara aprova reforma da Previdência na França
DA REDAÇÃO
Por 389 a 132 votos, a Assembléia Nacional (Câmara dos Deputados) da França aprovou ontem o polêmico projeto de lei que
aumenta o tempo de contribuição
dos funcionários públicos, entre
outras medidas. A proposta provocou, nos últimos meses, uma
onda de protestos e greves por toda a França, que prejudicou sobretudo os transportes.
A decisão é uma vitória política
do premiê Jean-Pierre Raffarin,
que se recusou a retirar a proposta
e, há três semanas, apresentou
pessoalmente o projeto de lei na
Assembléia Nacional, na qual o
governo tem a maioria. Comunistas e socialistas votaram contra a
proposta, apoiados por sindicatos
de funcionários públicos.
A proposta será enviada ao Senado, no qual o governo também
tem maioria, na próxima segunda. Prevê-se que ela seja transformada em lei até o fim deste mês.
A proposta aumenta de 37,5 para 40 o número de anos em que os
funcionários públicos devem
contribuir até conseguir todos os
benefícios da aposentadoria -o
mesmo tempo já exigido para
funcionários do setor privado. O
projeto de lei prevê que o novo
tempo de contribuição seja totalmente implantado até 2008.
Maratona
Para aprovar o projeto de lei, a
Câmara atravessou 156 horas de
debates durante 19 dias. Foram
examinadas cerca de 8.500 emendas feitas pela oposição, das quais
453 foram adotadas, embora sem
nenhuma grande alteração à proposta original.
Foi o segundo debate mais longo em torno de uma proposta da
história da Assembléia Nacional.
O recorde ocorreu entre 1983 e
1984, quando os deputados passaram 166 horas discutindo um projeto de lei sobre mídia.
Em alguns momentos, o debate
foi tenso. Quando Raffarin apresentou a proposta, os governistas
entoaram a "Marselhesa", o hino
nacional francês; a oposição cantou a "Internacional Socialista".
"Nós asseguramos o futuro do
sistema de aposentadoria", disse
ontem o ministro de Assuntos Sociais, François Fillon.
Atualmente, não há déficit da
Previdência, mas o governo afirma que o envelhecimento da população nos próximos anos terá
um grande impacto no sistema.
Os socialistas classificaram a
proposta de "arcaica". Sindicalistas afirmam que uma política de
crescimento econômico compensaria o aumento no número de
aposentados.
Com agências internacionais
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