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Chávez baixa decreto que muda as Forças Armadas
Lei institucionaliza Milícia Nacional Bolivariana
DA REDAÇÃO
Um lei que renomeia a Força
Armada da Venezuela e institucionaliza a reserva militar como uma nova Milícia Nacional
Bolivariana está entre os mais
polêmicos dos 26 decretos que
o presidente venezuelano, Hugo Chávez, baixou na última
quinta-feira.
No dia 31 de julho, terminou
o prazo de 18 meses que Chávez
recebeu da Assembléia Nacional, no início do ano passado,
para governar por decreto em
áreas determinadas, que iam
das finanças à defesa nacional.
Pelo decreto-lei, que já recebeu o aval do Tribunal Supremo de Justiça, a Força Armada
e cada uma de suas divisões, incluindo a nova milícia, incorporam o adjetivo bolivariana a
seus nomes. A Milícia Nacional
Bolivariana será subordinada
diretamente ao presidente.
Chávez confirmou ontem as
mudanças no programa de rádio e TV "Alô, Presidente". "Há
uma mudança de contexto. Não
é apenas uma mudança de nome, é uma mudança de esquema, incluindo a estrutura da
Força Armada começa a mudar", disse Chávez.
A criação da milícia estava
prevista na reforma constitucional proposta pelo venezuelano e que foi rejeitada em referendo no ano passado.
O texto integral dos 26 decretos-leis ainda não foi divulgado.
Eles apareceram no "Diário
Oficial" enumerados apenas
por seus títulos, o que provocou
críticas da oposição. Tratam de
temas como o sistema bancário, crédito, segurança alimentar e administração pública.
Em entrevista ao jornal de
oposição "El Universal", o advogado constitucionalista Pedro Nikken disse que a promulgação das leis sem que ao menos se saiba seu conteúdo constitui "um modo de legislar
alheio às formas democráticas". "Tratam-se de decretos
que tocam temas de interesse
coletivo em matérias muito variadas, sem que tenha havido
possibilidade alguma de discussão", afirmou Nikken.
"Dizem que são leis secretas.
Que leis secretas? Foram discutidas e debatidas", respondeu Chávez no programa,
quando também anunciou que
chegaram à Venezuela os últimos dos 24 caças Sukhoi comprados da Rússia.
Durante os 18 meses em que
vigorou a chamada Lei Habilitante, excepcionalidade prevista na Constituição venezuelana, Chávez baixou 63 decretos,
incluindo os de quinta-feira.
Com agências internacionais
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