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TERROR NA RÚSSIA
Em discurso de campanha, Bush diz que tragédia russa é "lembrança sombria" do terror; Itamaraty condena ação terrorista
UE cobra explicações do governo russo
DA REDAÇÃO
A União Européia (UE) e os Estados Unidos tiveram reações distintas em relação à tragédia russa.
Enquanto o presidente George W.
Bush, em tom de campanha, disse
que o episódio de ontem foi "outra lembrança sombria" do terrorismo e apoiou Moscou, o bloco
europeu de 25 países pediu explicações ao governo russo sobre a
atuação de suas forças.
"Esta é mais uma lembrança
sombria dos limites dos terroristas quando ameaçam o mundo civilizado", disse Bush a milhares
de simpatizantes, na Pensilvânia.
"Lamentamos as vidas inocentes perdidas, apoiamos o povo da
Rússia e os enviamos nossas preces por essa situação terrível", disse o presidente americano.
O porta-voz da Casa Branca,
Scott McClellan, disse que a responsabilidade pelas mortes é dos
terroristas. "A responsabilidade
pela perda trágica de vida é dos
terroristas. Os EUA se colocam ao
lado da Rússia na nossa luta global contra o terrorismo."
Já a Presidência da UE divulgou
nota na qual diz que "gostaria que
as autoridades russas explicassem
como ocorreu essa tragédia".
A UE "condena incondicionalmente todas as formas de terrorismo", afirma a nota, que também enviou condolências às famílias das vítimas.
O chanceler (premiê) alemão,
Gerhard Schröder, disse que a tragédia de ontem "é uma nova dimensão do terrorismo".
A Chancelaria francesa, que nos
últimos dias se esforça para libertar dois jornalistas seqüestrados
no Iraque, exortou "a todos para
se mobilizar na luta contra o terrorismo".
Em Israel, a Chancelaria disse
que os israelenses "se identificam
com o povo e o governo russo
nestas horas difíceis".
Vários governos árabes enviaram mensagens com condolências ao presidente russo, Vladimir
Putin, e condenando o terror, como Líbano, Kuait e Jordânia.
No Brasil
Em nota, o Itamaraty também
lamentou a tragédia: "O governo
brasileiro manifesta sua condenação mais veemente às ações terroristas ocorridas na Ossétia do
Norte, Federação da Rússia, que
deixaram enlutada a comunidade
internacional, e expressa sua
consternada solidariedade para
com os feridos e as famílias das vítimas inocentes".
Na Embaixada da Rússia no
Brasil, em Brasília, há três dias a
televisão fica o dia inteiro sintonizada em um canal de notícias russo, que, de tempos em tempos,
transmite as últimas informações
sobre a escola da cidade de Beslan, na Ossétia do Norte, invadida
por terroristas na quarta-feira.
"Como cidadãos russos, estamos chocados com a atuação desse grupo terrorista, que está longe
de tudo aquilo que conhecemos
como humano", diz o ministro-conselheiro da embaixada Alexey
Labetskiy. "Qualquer que seja o
motivo desse grupo de bárbaros,
um levante contra crianças é totalmente inaceitável e revela o terrorismo em sua mais pura revelação", avaliou Labetskiy, que disse
não encontrar "palavras em português para expressar seu sentimento em relação a esse fato".
Em São Paulo, a comunidade
russa de cerca de 10 mil pessoas,
entre russos e filhos de russos
-segundo a Sociedade Eslavo-Brasileira-, também acompanhou o caso. "É com horror que
vemos esse episódio. Estamos
abismados", disse Igor Chnee, 70,
que edita o informativo russo
"Raduga", da Sociedade Filantrópica Paulista.
Para Alex Zarisiaynes, vice-cônsul da Rússia em São Paulo, toda a
comunidade russa está "consternada". "Esses atos mostram que o
terrorismo não tem limites. Combater com crianças? Não consigo
imaginar algo pior do que isso."
Colaborou Fernanda Mena, da
Reportagem Local
Com agências internacionais
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