São Paulo, sábado, 04 de setembro de 2004

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Forças russas têm histórico de ações violentas

DA REDAÇÃO

Nos últimos 15 anos, as forças russas de segurança protagonizaram quatro desastres espetaculares em tentativas de pôr fim a seqüestros de grandes proporções, sempre relacionados com o conflito na Tchetchênia. Incluída a tragédia de ontem, essas operações provocaram a morte de cerca de 500 reféns em conseqüência da decisão de usar a força.
O Kremlin considera os grupos separatistas terroristas e se recusa a aceitar negociações com os rebeldes. Ontem, entretanto, foi a primeira vez que o governo russo teve como preço a pagar a vida de centenas de crianças.
Em outubro de 2002, um comando tchetcheno fez 750 reféns num teatro moscovita. O comando era formado por 22 homens e 19 mulheres, parentes ou viúvas de guerrilheiros mortos no conflito, que já se estende por dez anos. Todos os 41 atacantes morreram, mas 120 reféns também, a maioria por asfixia causada pelo gás lançado pelas forças de segurança russas. O governo considerou o resgate um sucesso, apesar de tudo.
Em 19 janeiro de 1996, seis turcos e três russos tomaram um ferry-boat no mar Negro e ameaçaram afundá-lo se o governo não interrompesse um conflito perto de Kizlyar, onde rebeldes estavam em posse de reféns. Eles se renderam três dias depois.
Em Kizlyar, no sul da Rússia, um comando tchetcheno havia tomado um hospital e feito cerca de 3.000 reféns. Os rebeldes libertaram a maioria do grupo, mas levaram cem em sua fuga para a Tchetchênia. O comboio foi atacado, e ao menos 78 reféns morreram.
Em 1995, outro comando tchetcheno tomou um hospital na cidade de Budennovsk, também no sul da Rússia, fazendo 2.000 reféns. Um ataque fracassado teve como saldo mais de 100 mortos.
O governo russo negociou a libertação dos demais uma semana depois, aceitando libertar prisioneiros que lutavam na guerra.


Com agências internacionais

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