das agências internacionais

Israel expulsou ontem 11 norte-americanos acusados de fazer parte de uma seita extremista cristã que estaria planejando atos de violência em Jerusalém (capital) às vésperas do ano 2000.
O objetivo da seita seria apressar o retorno de Jesus Cristo na virada no novo milênio.
Outros três norte-americanos -John Bayles, Eric Malesic e Terry Smith- permanecem detidos e prestaram depoimento sobre o paradeiro de outros integrantes do grupo.
Os 14 americanos -oito adultos e seis crianças- foram detidos no domingo perto de Jerusalém, numa investigação conjunta dos serviços secretos israelenses e do FBI (polícia federal dos EUA).
Eles seriam membros da seita "Concerned Christians" (cristãos preocupados), sediada em Denver (Colorado, EUA).
O grupo é suspeito de planejar ações violentas ou mesmo um suicídio coletivo em Jerusalém, cidade sagrada para cristãos, judeus e muçulmanos.
Segundo uma entidade americana que monitora as atividades de seitas radicais, cerca de 60 membros do grupo teriam desaparecido há vários meses.
Adepto da tese da reencarnação de Jesus, o guru da seita, Monte Kim Miller, 44, profetizou que morreria nas ruas de Jerusalém em 99, o que marcaria o fim apocalíptico do segundo milênio.
O guru teria convencido seus adeptos a se instalarem em Jerusalém com o objetivo de praticar suicídio coletivo antes do fim do milênio. Segundo a polícia israelense, ele não estaria em Israel.
Em seu depoimento à Justiça israelense, um dos americanos detidos negou qualquer intenção violenta. "Não estou aqui para machucar ninguém. Não acho que represente uma ameaça física", afirmou John Bayles.
"Meu cliente reconheceu ser membro do referido grupo, mas desmentiu estar envolvido em qualquer atividade ilegal ou ter o projeto de praticar violência ou participar de um atentado contra um lugar santo", disse o advogado de um dos detidos, Raanan Avitak.
Mas o Ministério da Segurança Pública israelense afirmou dispor de informações sobre a chegada ao país de diversos integrantes de seitas apocalípticas. Os membros da seita "Concerned Christians" teriam entrado em Israel em pequenos grupos em setembro último.
No ano passado, os serviços secretos israelenses formaram um grupo com a missão especial de prevenir atos de violência de grupos religiosos às vésperas do ano 2000, quando se celebra o segundo milênio do cristianismo.
Israel aguarda a visita de milhões de turistas, principalmente cristãos, na virada do milênio.



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