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São Paulo, quarta-feira, 05 de fevereiro de 2003

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Kuait fechará área próxima ao Iraque no dia 15

DA REDAÇÃO

O Kuait anunciou ontem que, a partir de 15 de fevereiro, fechará a metade norte de seu território -que faz fronteira com o Iraque- para que as suas Forças Armadas possam treinar e se preparar para se defender contra um eventual ataque iraquiano.
A notícia reforça a tese de que os EUA estariam planejando iniciar o conflito possivelmente no mês de março. Ontem, a Força Aérea americana disse que seus primeiros bombardeiros "invisíveis" F-117 Stealth já deixaram o país e estão na Europa, em escala técnica rumo ao golfo Pérsico.
"Ninguém terá permissão para entrar na região, sem permissão oficial do Exército, após essa data [15 de fevereiro]", disse o porta-voz do Ministério da Defesa kuaitiano, coronel Ahmad Al Mulla.
Ele contou que cerca de 50% do território do país ficará reservado aos militares, que temem que Saddam Hussein bombardeie o país em resposta a uma ofensiva liderada pelos EUA.
Nessa hipótese, as tropas kuaitianas não participariam da invasão -permaneceriam para proteger o seu território. Pequeno emirado rico em petróleo, o Kuait é hoje uma das principais bases americanas para o caso de guerra. Em 1990, foi ocupado por tropas do Iraque, o que causou a Guerra do Golfo, em janeiro de 1991.
Os EUA continuam aumentando o ritmo do envio de tropas à região. Autoridades do Departamento da Defesa americano disseram que um terceiro porta-aviões já se posicionou a uma distância da qual pode atacar o Iraque. Um quarto porta-aviões está a caminho.
Com isso, esperam as autoridades americanas, o número total de militares do país na região chegará a cerca de 180 mil nas próximas semanas.
Especialistas em logística militar afirmam que, antes de agir, as tropas precisam se aclimatar na região de combate por três semanas. Com isso, não importa o que aconteça no campo diplomático, os EUA só devem estar prontos para atacar em meados de março.

Turquia
Os interesses regionais da Turquia não permitem que ela fique fora de um conflito caso haja uma operação militar no Iraque, declarou ontem Recep Tayyip Erdogan, líder do Partido Justiça e Desenvolvimento (governista), em discurso a parlamentares.
"Se ficarmos fora da equação no início das operações, poderíamos não controlar a evolução da situação", disse Erdogan.
"Se for estabelecida uma nova administração no Iraque, a Turquia deve ocupar um posto ativo nos mecanismos de decisão desse processo", afirmou.
O governo convocou o Parlamento para debater a participação turca em uma provável ação militar contra o Iraque, acusado de possuir armas de destruição em massa.
Ancara se dispôs a autorizar que 10 mil soldados norte-americanos se fixem em território turco para dar apoio logístico e permitir a transferência de 30 mil soldados até o Iraque, informaram ontem vários diários do país.
Segundo a imprensa local, a Turquia também deve permitir que os EUA utilizem bases aéreas no sudeste do país para lançar ataques contra o Iraque.


Com agências internacionais


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